Auditoria fiscal em greve
O Sindifisco Nacional, sindicato dos auditores fiscais da Receita Federal, anunciou que a categoria prosseguirá com a paralisação de 48 horas semanais, às terças e quartas-feiras, durante todo o mês de novembro, conforme aprovado em Assembleia Nacional no dia 30 de outubro.
A categoria, que possui uma das melhores remunerações entre os servidores públicos, com salário inicial superior a R$ 20 mil, reivindica a criação, pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), de uma mesa de negociação dedicada ao tema, chamada Mesa Específica e Temporária, e a negociação do reajuste do vencimento básico (salário) dos auditores, em razão das perdas inflacionárias.
Impacto na economia
A mobilização dos auditores da Receita, iniciada em julho, já causou operação-padrão nas aduanas, apagões nos sistemas informatizados da Receita Federal e atos públicos, mas respeitando a continuidade dos serviços essenciais com 30% do quantitativo de Auditores-Fiscais, segundo informa o Sindifisco.
Estão suspensos os julgamentos no contencioso administrativo, a participação em projetos da Receita Federal, reuniões e treinamentos, bem como a ocupação de cargos em comissão que tenham ficado vagos em decorrência da mobilização.
A paralisação dos auditores-fiscais impacta tanto a curto prazo, com atrasos e custos adicionais, quanto a longo prazo, ao comprometer a confiança no ambiente de negócios do país. Cada dia de atraso na liberação de mercadorias significa maior pressão sobre os custos logísticos, impactos na arrecadação e na competitividade do Brasil. Em um momento em que o país precisa de estabilidade para atrair investimentos, é essencial que o governo e a categoria cheguem a um acordo que garanta a continuidade dos serviços essenciais para o setor produtivo e o comércio exterior.”, afirma Gustavo Valente, CEO da Sinergy Advisors, especializada em assessoria logística.