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Governador do Acre nega propina em apartamento de R$ 6 milhões

Gladson Cameli é acusado de corrupção passiva, organização criminosa, peculato, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

Governador do Acre nega propina em apartamento de R$ 6 milhões

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), negou ter recebido propina em um apartamento de R$ 6 milhões em São Paulo (SP). O imóvel foi adquirido por seu pai, o empresário Eládio Cameli, para ter um lugar para ficar na capital paulista durante o tratamento de um câncer. Gladson depôs ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) no âmbito do processo em que é acusado de corrupção passiva, organização criminosa, peculato, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. A ação foi aberta com base nas investigações da Operação Ptolomeu, que atribui ao governador a liderança de um esquema de corrupção e desvio de contratos públicos.

Investigações

Uma das provas consideradas centrais pela Polícia Federal (PF) é a compra de um apartamento, avaliado em R$ 6 milhões. Os investigadores identificaram que o imóvel foi pago pela empresa do irmão do governador após receber transferências de uma outra companhia, a Seven Construções e Empreendimentos, que por sua vez recebeu dinheiro da Murano Construções, detentora de mais de R$ 30 milhões em contratos com o Governo do Acre. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), houve ainda superfaturamento e sobrepreço do contrato, estimados em R$ 11,7 milhões.

Processo

A ação gira em torno de um contrato da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Acre com a empresa Murano Construções, em maio de 2019, para a manutenção de prédios públicos. Os investigadores identificaram que, um dia após a assinatura do contrato, a Murano fechou uma parceria com a empresa Rio Negro, administrada por Gledson Cameli, irmão do governador, que teria recebido quase R$ 2 milhões. Questionado sobre o apartamento, arrematado na planta, o governador negou ser o proprietário do imóvel. Segundo Gladson, o apartamento foi comprado pelo pai dele, o empresário Eládio Cameli, para ter um lugar para ficar em São Paulo durante o tratamento de um câncer.


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