Braskem pode sentir efeito positivo em operações nos EUA com protecionismo de Trump
A Braskem, maior petroquímica da América Latina, pode sentir um efeito positivo mais imediato em suas operações nos Estados Unidos se o governo eleito de Donald Trump adotar novas medidas de protecionismo sobre o setor automotivo, dada a relevância do setor na carteira de clientes da companhia. Segundo o diretor financeiro da Braskem, Pedro de Freitas, em entrevista a jornalistas após a divulgação dos resultados de terceiro trimestre da companhia, “tem um setor que pode ter um efeito mais imediato que é o automotivo”. O executivo afirmou que em outros setores os efeitos vão depender de “reconfiguração das cadeias de produção”.
A Braskem tipicamente obtém entre 15% e 20% de seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) nos Estados Unidos, disse o executivo. Freitas afirmou que um eventual aumento do protecionismo norte-americano sob Trump acelera a urgência de o governo do Brasil acelerar medidas de defesa comercial.
Apesar de a Braskem ter registrado uma melhora nos spreads petroquímicos no trimestre passado, a companhia espera um recuo no quarto trimestre para o indicador e ainda espera uma evolução lenta ao longo de 2025, disse Freitas. “O último trimestre é sempre mais fraco. A expectativa é de redução nos spreads principalmente no Brasil e México e menos na Europa e EUA”, disse o executivo. As ações da Braskem subiam cerca de 3% às 11h, após a publicação do balanço do terceiro trimestre que mostrou melhora operacional da empresa no Brasil e nos EUA e forte redução de alavancagem.
Júlio Rossato