Brasileiros não sacaram R$8,5 bilhões em recursos esquecidos até setembro
O Banco Central (BC) divulgou que até o fim de setembro, os brasileiros não haviam sacado R$8,53 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro. O Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$8,35 bilhões, de um total de R$16,88 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras. Em 16 de outubro, os recursos esquecidos foram transferidos para o Tesouro Nacional e aguardam a publicação de um edital com as novas regras para o saque. Depois de 25 anos, se o dinheiro não for requerido, será incorporado ao patrimônio da União.
Baixa adesão
Até o fim de setembro, 24.674.462 correntistas haviam resgatado valores, representando apenas 35,3% do total de 69.918.333 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022. Entre os que retiraram valores até o fim de setembro, 22.773.593 são pessoas físicas e 1.900.869 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.593.288 são pessoas físicas e 3.650.583 são pessoas jurídicas. A maior parte das pessoas e empresas que não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias.
Novo sistema
O SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Desde setembro, o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não podia ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira. Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores.
Golpes de estelionatários
O BC alerta para golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são gratuitos e que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais. Apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de pedido.
Júlio Rossato