Chuvas custaram até US$ 300 bilhões às seguradoras no mundo
De acordo com José Goldemberg, PhD em Física e ex-ministro de Educação e de Saúde, durante encontro promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Sindicato das Seguradoras de São Paulo (SindsegSP) e Academia Paulista de Letras, as consequências das chuvas custaram até US$ 300 bilhões às seguradoras no mundo. Nas últimas quatro décadas, o número de grandes desastres aumentou e a precipitação de água é o fenômeno mais representativo. Para o professor, a solução do problema passa pela redução de emissões ou identificação da causa que está levando a esse aquecimento.
Impacto no Brasil e no mundo
Os efeitos dos eventos climáticos são sentidos em todo o mundo. No Brasil, um exemplo recente relevante é o caso do Rio Grande do Sul, onde as seguradoras já desembolsaram R$ 6 bilhões em indenizações. Na última semana, a Espanha sofreu com chuvas e inundações extremas que já deixaram mais de 200 mortos e dezenas de desaparecidos. Os Estados Unidos, apenas neste ano, já tiveram de lidar com o prejuízo causado por dois furacões, o Helene e o Milton.
Importância do seguro e estratégias para enfrentar fenômenos climáticos
Para Carlos Queiroz, diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep), é necessário ampliar o acesso e a conscientização para que as pessoas busquem mais produtos de seguro, de modo que o setor esteja mais apto a responder em caso de uma tragédia similar à que afetou o estado gaúcho. Complementando a visão de Queiroz, Ana Cristina Barros, diretora de Sustentabilidade da CNseg, acredita que o setor de seguros pode ir além da resposta reativa aos desastres, incentivando ações antecipadas para enfrentar fenômenos climáticos e fortalecer uma cultura de sustentabilidade.
Análise de dados meteorológicos como ferramenta estratégica
Segundo Alexandre Nascimento, sócio-diretor e meteorologista da Nottus, consultoria meteorológica, a análise de dados meteorológicos e modelos preditivos podem ser ferramentas estratégicas para as empresas do ramo anteciparem a avaliação mais precisa dos riscos climáticos. Com base nessas análises, as seguradoras podem identificar áreas geográficas mais vulneráveis e ajustar suas apólices com base no risco, precificando os seguros de maneira mais precisa e ajustando coberturas conforme necessário.
Júlio Rossato