Equipe econômica busca tornar elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil economicamente viável
Uma das promessas de campanha do presidente Lula, a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para rendimentos mensais de até R$ 5 mil, tem gerado debate na equipe econômica. É considerada audaciosa e objeto de ceticismo até entre aliados de Lula. Técnicos estudam caminhos para torná-la viável economicamente. O impacto fiscal pode chegar a R$ 100 bilhões, mas uma fonte da equipe econômica estima que o impacto deverá ser de R$ 35 bilhões e R$ 40 bilhões. A proposta é gerar o máximo de focalização nos contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil, além de criar uma rampa de saída para aqueles que estão levemente acima desta faixa. O movimento representa uma mudança importante em relação à lógica atual do IRPF. Caso o aumento da faixa de isenção fosse associado ao compromisso estender benefícios por toda a cadeia de contribuintes, o impacto fiscal se aproximaria dos R$ 100 bilhões estimado por economistas do mercado financeiro. Mas o movimento de limitar os impactos fiscais geraria um problema para aqueles que ganham pouco mais do que o novo limite de isenção. O governo ainda não bateu o martelo sobre a formatação do desenho final do benefício prometido.
Júlio Rossato