Climatologista critica propostas na COP29
O climatologista Carlos Nobre, referência mundial sobre o tema, considera insuficientes as propostas apresentadas até agora pelos países na 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que está sendo realizada em Baku, no Azerbaijão.
Segundo Nobre, as partes do Acordo de Paris ainda não foram capazes de avançar na meta de reduzir as emissões do planeta de gases de efeito estufa em 43% até a COP28 e, se fossem capazes, essa estratégia não seria mais eficiente para manter o aumento da temperatura planetária em 1,5 grau Celsius (ºC) acima do período pré-industrial.
Para Nobre, a COP29 tem que ser desafiadora e começar a debater o risco de termos um planeta chegando até a 2,5 graus em 2050. Ele alerta que estamos a caminho de um suicídio planetário se não superacelerarmos a redução das emissões. Além disso, o climatologista lembra que os países precisam se preparar para eventos extremos que não terão mais retorno.
O Brasil foi um dos poucos países a atualizar a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) para a COP29, baixando a meta de emissões de gases do efeito estufa nos próximos 11 anos. O vice-presidente Geraldo Alckmin apresentará a proposta brasileira.
Carlos Nobre também destaca a importância da adaptação de países mais pobres, mais vulneráveis às mudanças climáticas, e que todos podem contribuir com ações como consumo consciente, compra de carne sustentável, energia solar e carros elétricos.
Júlio Rossato