Cortes na saúde na Argentina aumentam risco de morte
Cortes profundos na saúde pelo governo do presidente Javier Milei estão deixando hospitais públicos sem suprimentos e médicos, enquanto a pobreza cresce no país, aumentando a demanda por atendimento médico em hospitais públicos. Ada, uma argentina de 83 anos, gravemente anêmica, esperou seis meses para conseguir uma consulta para operar um entupimento cardíaco devido à falta de suprimentos e a uma rede de burocracia que poderia ter custado sua vida. Casos como o de Ada estão se tornando mais comuns na Argentina, que atualmente enfrenta uma inflação anual de 209%.
Problemas na área da medicina
Os cardiologistas estão enfrentando uma “tempestade perfeita” de suprimentos cada vez menores, médicos que abandonam a profissão e custos crescentes de saúde que colocam em risco a área da medicina que lida com a principal causa de morte na Argentina. Mais da metade dos argentinos vive abaixo da linha da pobreza, o que está sobrecarregando os hospitais públicos e aumentando os custos de serviços públicos. Ada teve sorte em ser tratada, mas agora ela está enfrentando atrasos de mais de três meses nos exames de controle, que deveriam ser feitos mensalmente.
Greve de cardiologistas
Em agosto passado, um grupo de cardiologistas entrou em greve, recusando-se a colocar stents ou realizar angioplastias para protestar contra os baixos salários e a falta de suprimentos. A falta de investimento em saúde e os baixos salários estão causando um êxodo de médicos maior do que o que ocorreu após a crise econômica de 2001. Um estudo mostrou que os cardiologistas na Argentina estão sofrendo de uma taxa de esgotamento de quase 80%, em comparação com 30% nos Estados Unidos.
Consequências para a população
A falta de investimento em saúde e a diminuição dos salários dos médicos estão causando graves consequências para a população argentina, especialmente os adultos mais velhos que precisam de tratamento imediato. Os hospitais públicos estão lutando para manter o padrão de atendimento, e os pacientes estão enfrentando atrasos e riscos à saúde. A situação é alarmante e exige ação urgente do governo para evitar mortes desnecessárias.
Júlio Rossato