A alta do dólar no Brasil
O dólar comercial estava avaliado em R$ 4,94 em janeiro de 2024, e agentes do mercado financeiro projetavam que a moeda norte-americana fecharia o ano no mesmo nível, em R$ 4,92, conforme o Boletim Focus. Corta para novembro: o dólar está na faixa dos R$ 5,80, com a projeção revista para R$ 5,48 ao fim do ano (com algum otimismo).
Impacto nos preços
A desvalorização do real diminui o poder de compra da moeda brasileira em relação ao resto do mundo. Produtos e insumos importados, em geral, ficam mais caros. Muitas matérias-primas e produtos comercializados no Brasil são importados, de modo que tudo fica mais caro. Até mesmo os produtos produzidos no Brasil são influenciados pelo dólar. Alimentos como soja, carnes, café, açúcar e milho são negociados em moeda estrangeira, de modo que, quando o dólar está mais caro em relação ao real, fica mais vantajoso para o produtor exportar, diminuindo a venda desses itens na economia doméstica.
Impacto na inflação
O aumento de preços acontece em cascata e não tem um prazo específico, depende exclusivamente da decisão do produtor ou empresário. Além da questão cambial, a questão climática tem sido recorrente. Para efeitos de inflação e repercussão nos preços cotidianos, o dólar mais desvalorizado influencia diretamente nos preços de forma inflacionária. A expectativa é por um dólar mais forte no mundo, logo, um dólar mais forte no Brasil. O impacto será minimizado de alguma forma, mas tudo ficará mais caro e a inflação vai deteriorando o poder de compra.
Impacto em outros setores
Roupas, combustíveis, eletrodomésticos e viagens também são afetados pela moeda americana mais forte que a nacional.
Júlio Rossato