Ministério da Fazenda discute cortes de despesas com o Ministério da Defesa
O Ministério da Fazenda está discutindo com o Ministério da Defesa cortes de despesas. No entanto, a proposta a ser debatida entre as duas pastas inclui medidas pontuais na previdência dos militares, com impacto calculado pelo mercado de R$ 6 bilhões. Esse resultado pode não ter efeito no pacote fiscal a ser apresentado pelo governo para atender as regras do arcabouço fiscal.
O economista Tiago Sbardelotto, da XP, disse que seguem fortes propostas de mudanças no seguro-desemprego e no abono salarial no pacote fiscal. Tem ainda uma discussão muito forte de limitar o aumento do salário mínimo. Segundo o economista, a proposta a ser incluída no pacote é de que, se o PIB do ano for maior que 2,5%, o aumento do salário mínimo ficaria limitado a 2,5%. Isso já daria uma economia nos próximos anos.
Se o pacote fiscal não for apresentado amanhã (14), somente depois do dia 20 o governo faria isso. O economista lembra que a janela está ficando cada vez mais fechada para a apresentação do pacote fiscal e o governo precisa correr para fechar isso porque tem que aprová-lo no Congresso em 2024.
Segundo Sbardelotto, na Ata do Copom divulgada nesta terça-feira (12), o Banco Central voltou a mostrar preocupação com o fiscal. O Banco Central colocou a necessidade de se ter regras fiscais sustentáveis, reforçando a ideia de que o arcabouço fiscal precisa de componentes adicionais – leia-se redução de gastos – para permanecer vigente ao longo do tempo.
Júlio Rossato