O Museu Carde abre as portas em Campos do Jordão
O museu Carde, em Campos do Jordão, abre ao público em 28/11 com mais de 500 carros raros em exposição. Cada veículo tem uma história única, como o Lincoln K, de 1938, que serviu de carro oficial para chefes de estado em visita ao Brasil, ou um Aston Martin DB5, produzido em 1964, o mesmo modelo dirigido por James Bond em “007 contra Goldfinger”. As coleções estão abrigadas em um prédio de seis mil metros quadrados, erguido em plena Serra da Mantiqueira.
Carde: carro, arte, design e educação
A proposta do museu Carde é atingir um público amplo com a junção de quatro palavras: carro, arte, design e educação. Os veículos são a principal atração, mas a experiência imersiva com painéis de LED em cada uma das galerias revisita o século XX, década por década, relembrando os principais movimentos políticos, sociais e culturais. A equipe de historiadores da Universidade Federal de Minas Gerais foi responsável pela pesquisa para a contextualização histórica da exibição.
Uma coleção imensurável
O museu foi criado pela Fundação Lia Maria Aguiar, que toca projetos de capacitação e cultura com crianças e jovens de Campos do Jordão e é mantenedora de um núcleo de saúde na cidade. O acervo do museu não foi comprado com dinheiro da fundação, são automóveis da coleção particular do executivo Luiz Goshima e principalmente da de “dona” Lia. A exposição é rotativa e apenas uma parte do acervo, cerca de 100 carros, fica em exibição no museu. Os demais estão armazenados em um hangar, no município de São Roque. O valor dessa coleção é imensurável, pois tem muito valor afetivo nos carros e as cotações são voláteis, muito pautadas em leilões.
Uma experiência imersiva e histórica
O visitante chega ao Carde e mergulha no contexto histórico de cada peça em exibição. Logo na entrada, o visitante se depara com um carro no topo de uma árvore de crochê, um modelo nacional, o Uirapuru, da Brasinca, estilizado com pintura indígena. Há um tom de reparação social em meio à exuberância de veículos que trocaram de mãos entre as elites ao longo dos anos. Em uma das salas, descansa um Isotta Fraschini, um dos carros mais luxuosos na década de 1920, importado da Europa pelo magnata industrial Henrique Lage. Para quem gosta de velocidade, uma sala abriga dois carros originais da equipe Willys, soberana do automobilismo na década de 1960. No pavimento superior, o visitante poderá contemplar um McLaren Senna exclusivo, Lamborghinis e Ferraris.
Júlio Rossato