Encontro frio entre Lula e Milei no G20
No primeiro dia da cúpula do G20 no Brasil, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Javier Milei trocaram um cumprimento frio, que refletiu as diferenças pessoais e ideológicas entre os dois.
Este foi o primeiro encontro cara a cara entre os líderes, que durou apenas 15 segundos e contrastou com a forma calorosa que Lula demonstrou a outros chefes de Estado, como o francês Emmanuel Macron (um abraço forte e conversa de mãos dadas) e o espanhol Pedro Sánchez (abraçados até na foto oficial).
Diferenças entre os líderes
As diferenças entre os dois presidentes começaram durante a campanha eleitoral de 2023, quando Lula apoiou Sergio Massa, adversário de Milei. Antes do segundo turno, Milei chamou Lula de “comunista nervoso” e o acusou de realizar ações diretas contra sua candidatura. A tensão aumentou quando Milei não convidou Lula para sua posse, apesar de representar o parceiro mais importante da Argentina no Mercosul.
A relação entre Milei e Lula se deteriorou ainda mais com críticas mútuas na mídia, apesar do crescimento do comércio entre Argentina e Brasil. Em julho, Milei disse que o presidente brasileiro era “o perfeito dinossauro idiota”, chamando-o novamente de “corrupto” e “comunista”. Em resposta, Lula afirmou que o argentino falava “muita bobagem” e deveria pedir desculpas ao Brasil.
Posição de Milei no G20
Desde sua chegada ao Rio de Janeiro, Milei tem se mantido distante de Lula, discordando de sua perspectiva sobre questões como mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. Além disso, Milei se opõe à invasão russa à Ucrânia e acredita que o G20 deve condenar as ações de Vladimir Putin, mas não encontrou respaldo nas propostas apresentadas por Lula. Milei também se opõe às alianças de Lula com países como Irã e sua postura em relação à Palestina, especialmente no que diz respeito ao apoio a grupos como o Hamas.
O presidente argentino deixou claro que não assinará o comunicado final do G20 se não houver uma condenação explícita ao Hamas e a outros grupos que atuam sob a influência do Irã.
Conclusão
O encontro tenso entre Lula e Milei no G20 evidenciou as diferenças entre os líderes e a falta de acordo em questões importantes para a região. A tensão entre Brasil e Argentina aumentou nos últimos anos, mas a participação dos dois países no Mercosul e no G20 ainda é fundamental para a economia da região.
Júlio Rossato