Transferência para hospital especializado
A ex-mulher do homem que morreu ao detonar uma carga explosiva em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (13), foi transferida do Hospital Regional Alto Vale, em Rio do Sul (SC), para o Hospital e Maternidade Tereza Ramos, em Lages (SC), na noite deste domingo (17).
Daiane Dias, de 41 anos, sofreu queimaduras graves por todo o corpo ao ser atingida pelas chamas que destruíram a casa de seu ex-marido, Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, na manhã de domingo (17).
Socorrida por vizinhos, ela foi levada de ambulância para o Hospital Regional Alto Vale, onde recebeu os primeiros cuidados médicos. À noite, contudo, teve de ser transferida para o Tereza Ramos, referência estadual no atendimento a vítimas de queimaduras e distante cerca de 130 quilômetros. O estado clínico de Daiane não foi divulgado.
Investigações em andamento
A Polícia Civil e a Polícia Federal (PF) estão investigando as circunstâncias do incêndio. Agentes federais e peritos do Corpo de Bombeiros coletaram material e realizaram as primeiras perícias para tentar identificar a origem das chamas. O Corpo de Bombeiros tem até 30 dias para divulgar um laudo. Testemunhas relataram ter visto Daiane lançando gasolina e ateando fogo no imóvel.
A PF investiga as explosões como ato terrorista e apura se o chaveiro agiu sozinho ou recebeu algum tipo de apoio.
Reação ao atentado
Para o ministro do STF Alexandre de Moraes, o atentado teve como fonte de estímulo a polarização política instalada no país nos últimos anos e o “gabinete do ódio”, montado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente da Suprema Corte, Luís Roberto Barroso, também afirmou que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.
Moraes foi escolhido por Barroso para ser o relator do inquérito que vai apurar as explosões. A escolha foi feita com base na regra de prevenção, pois Moraes já atua no comando das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Júlio Rossato