Black Friday deve movimentar R$5,22 bilhões
O período de promoções conhecido como Black Friday, com data oficial marcada para o próximo dia 29, deve movimentar cerca de 5,22 bilhões de reais, o que, descontada a inflação, representa quase uma estabilidade na comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta quinta-feira a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Segundo dados da entidade, o faturamento das vendas durante a Black Friday este ano deve crescer 0,4% versus 2023. Apesar da variação modesta, o volume responde pela maior movimentação financeira desde 2021, quando o varejo brasileiro faturou 5,26 bilhões de reais, ainda alimentado pelo forte consumo digital impulsionado pela pandemia. Em 2020, auge da pandemia, os gastos na Black Friday somaram 5,69 bilhões de reais, pico recorde nas medições da CNC.
Segmentos de eletroeletrônicos e utilidades domésticas devem liderar as compras
Este ano, os segmentos de eletroeletrônicos e utilidades domésticas e de móveis e eletrodomésticos devem liderar as compras no varejo brasileiro, representando quase metade (46%) da movimentação financeira prevista na data.
De acordo com o levantamento da entidade, os produtos com maior potencial de desconto na data incluem ventiladores, relógios inteligentes e peças de vestuário feminino. O período de coleta dos preços considera as duas semanas anteriores ao dia da Black Friday.
Desafios para o período de vendas
Mas o período de vendas deve encontrar dois obstáculos, segundo a confederação: a desvalorização do real em relação ao dólar norte-americano, que pressiona as importações, e o encarecimento do crédito em meio aos juros elevados no Brasil, que apresenta tendência de aceleração devido ao aperto monetário do Banco Central para combater a inflação.
“Apesar desses fatores, há indícios de que o varejo tem apostado na expansão das vendas de produtos importados neste fim de ano ao efetuar um volume de importação de bens de consumo duráveis e semiduráveis 22% maior que no mesmo período do ano passado”, ponderou a CNC, citando dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Júlio Rossato