Investimentos no exterior: o que os brasileiros estão apostando?
A proliferação de contas internacionais tem feito o investimento no exterior deixar de ser um tabu para os brasileiros – e passar a figurar como uma chance real de diversificação da carteira. Mas no que exatamente quem tem dinheiro lá fora está apostando agora?
Preferências dos investidores
Uma pesquisa realizada pela XP com sua base de clientes que possuem conta global – que somam 250 mil atualmente – indica que 63% investem em equity, sendo que mais da metade está investida em ETFs.
Além disso, 39% das contas internacionais da XP têm dinheiro alocado em bonds. Dentre esses, 74% dos recursos alocados em bonds estão em títulos emitidos no exterior por empresas brasileiras.
15% dos investidores apostam também nos títulos públicos americanos, as chamadas treasuries. Predominam os papéis de prazos mais longos, com vencimento a partir de quatro anos – que somam 33% dos recursos alocados nessa classe.
Home bias e diversificação
Diego Correia, head da XP International, aponta que a preferência por manter o investimento em papéis de empresas locais reflete o chamado home bias, viés natural de optar pelo que já é conhecido e próximo, no lugar de diversificar com bonds de empresas estrangeiras. Ele destaca que é preciso continuar o exercício educacional de mostrar outras oportunidades de diversificação.
Carteiras concentradas
As carteiras são relativamente concentradas em uma gama limitada de papéis. Aproximadamente metade dos recursos dos clientes da conta internacional da XP estão investidos em um grupo de menos de 50 ativos diferentes. Entre eles estão os ETFs de ações e de renda fixa; os ETFs de Bitcoin; as chamadas Magnificent Seven, sete empresas do setor de tecnologia com grande destaque no mercado americano; e empresas do setor financeiro.
“Diversificar” é apontado como o principal motivo dentre os clientes da casa para investir diretamente no exterior por meio de uma conta internacional. “Falta de conhecimento” é a razão mais apontada pelos que ainda não começaram a trilhar esse caminho, seguida por “falta de recursos” e “tempo”.
Júlio Rossato