Itaú BBA reitera recomendação de compra para ações da Direcional
O Itaú BBA reiterou sua recomendação de compra e manteve o preço-alvo em R$ 36 para as ações da Direcional (DIRR3), apesar da resistência de alguns investidores. A empresa acumula alta superior a 44% no ano e é a ação mais concentrada entre as construtoras. Para os analistas, o rali não acabou e a avaliação atrativa de 6 vezes Preço/Lucro (P/L), o sólido potencial de dividendos e a menor exposição à inflação ainda fornecem o melhor equilíbrio risco-recompensa do setor.
Vendas e preços
De acordo com o CFO da Direcional, as vendas estão fortes para todos os produtos do portfólio da empresa, do Riva aos projetos mais econômicos da marca Direcional. As vendas líquidas superaram as expectativas em outubro, atingindo quase R$ 500 milhões. Paulo acredita que a velocidade de vendas deve aumentar nos próximos trimestres, pois os novos projetos estão vendendo a uma velocidade mais próxima de 30% (comparado a ~25% nos números consolidados do 3T24).
Em relação aos preços, essa não tem sido a prioridade, mas o CFO vê espaço para ajustes, se necessário, especialmente considerando que muitos estados estão fornecendo incentivos complementares ao programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida).
Custos e concorrência
Os custos são a principal preocupação da empresa, mas o CFO observou que a Direcional está indo bem nessa frente. A cesta de custos da Direcional está avançando em um ritmo mais lento do que o índice INCC, dada a diferença no peso atribuído aos custos da força de trabalho. A empresa enfrenta uma concorrência cada vez maior da Lavvi (LAVV3), Vivaz (Cyrela – CYRE3) e Tenda (TEND3). Paulo acredita que a concorrência continuará aumentando, já que os retornos do setor são excepcionalmente altos, e que a concorrência virá de players de médio a grande porte.
Dividendos e planos futuros
Em termos de dividendos, o Itaú BBA espera que o fluxo de caixa operacional da Direcional melhore à medida que a lacuna entre receitas líquidas e lançamentos/vendas diminui em 2025. Enquanto isso, o CFO mencionou planos para vender R$ 400 a 500 milhões em recebíveis por ano e estabilizar o passivo pendente em R$ 1,1 bilhão, fornecendo recursos adicionais para pagar dividendos. Paulo indicou que a Direcional poderia potencialmente atingir um pagamento próximo a 100% em 2024 e 2025, resultando em um dividend yield acumulado de 20%.
Júlio Rossato