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Mulheres processam Johnson & Johnson por câncer de ovário no Reino Unido

Quase 2 mil mulheres britânicas estão processando a Johnson & Johnson, alegando que o uso do talco fabricado pela empresa causou câncer de ovário. Este será o primeiro processo do tipo enfrentado pela empresa no Reino Unido.

Mulheres britânicas processam Johnson & Johnson por câncer de ovário

Quase 2 mil mulheres britânicas, incluindo pacientes com câncer, sobreviventes e suas famílias, estão se preparando para entrar com uma ação coletiva contra a Johnson & Johnson. Elas alegam que o uso de talco fabricado pela empresa causou câncer de ovário.

Este será o primeiro processo do tipo enfrentado pela empresa no Reino Unido e pode se tornar a maior ação judicial envolvendo um grupo farmacêutico na história da Inglaterra e País de Gales. Nos EUA, a Johnson & Johnson enfrentou mais de 62 mil processos relacionados ao uso do talco e pagou ou reservou ao menos US$ 13 bilhões em indenizações.

Acusações das reclamantes

Advogados das reclamantes afirmam que o talco da Johnson & Johnson estava contaminado com amianto, um agente cancerígeno, e acusam a empresa de esconder o risco dos consumidores. “Esta empresa, antes confiável, sabia há décadas que o amianto em seus produtos estava presente, que era perigoso, mas não fez nada para notificar os consumidores sobre o risco. Estamos comprometidos em ajudar o maior número possível de pessoas a obter justiça pelas ações de executivos ávidos por lucro”, diz Tom Longstaff, sócio da KP Law, que representa as vítimas no Reino Unido.

Defesa da Johnson & Johnson

A Johnson & Johnson nega as acusações e argumenta que elas “desafiam a lógica, reescrevem a história e ignoram os fatos”. A empresa descontinuou a venda de talco à base de minerais no Reino Unido em 2022 e nos Estados Unidos em 2020, justificando a decisão como uma resposta a pressões financeiras e à “desinformação” em torno do produto.

Talco e câncer de ovário

O talco em pó, amplamente usado por adultos e bebês para manter a pele seca e prevenir assaduras, é fabricado a partir de um mineral natural. No entanto, estudos indicam que ele pode conter pequenas quantidades de amianto. Quando inaladas repetidamente, fibras de amianto podem se alojar nos tecidos moles do corpo, causando danos celulares graves e inflamações que levam ao câncer. Em julho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o talco mineral em si é “provavelmente cancerígeno para humanos”.

Resposta da Johnson & Johnson

A Johnson & Johnson afirma que sempre levou a segurança de seus produtos “muito a sério”. Segundo Erik Haas, vice-presidente mundial de assuntos jurídicos da empresa, a marca utilizou protocolos de testes avançados por décadas e foi transparente com autoridades governamentais e acadêmicas. “Essas análises mostram consistentemente a ausência de contaminação por amianto no talco para bebês da Johnson’s”, declarou Haas em comunicado. Ele também reforçou que estudos independentes apontam que o talco não está associado ao risco de câncer de ovário ou mesotelioma.

Conclusão

A ação coletiva das mulheres britânicas é o primeiro processo do tipo enfrentado pela Johnson & Johnson no Reino Unido. A empresa nega as acusações de que o talco fabricado por ela causou câncer de ovário e alega que sempre levou a segurança de seus produtos muito a sério. No entanto, advogados das reclamantes afirmam que o talco da Johnson & Johnson estava contaminado com amianto, um agente cancerígeno, e acusam a empresa de esconder o risco dos consumidores.


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