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Investimento em venture capital no Brasil chega a R$ 50 bilhões em 2021

Aporte em venture capital acelerou com a queda de juros no país e chegou a R$ 50 bilhões em 2021, mas agora apresenta redução. Executivo do Patria Investimentos explica a correção do mercado de venture capital.

Investimento em venture capital no Brasil chega a R$ 50 bilhões em 2021

O aporte em venture capital acelerou com a queda de juros no país e chegou a R$ 50 bilhões em 2021. Foi o pico do segmento. De lá para cá, porém, este volume tem apresentado uma redução.

“Vi o nascimento e a evolução desse mercado. Acho que esses números de 2021 (de crescimento) foram importantes para a classe de ativos, para fomentar muitos empreendedores no Brasil”, diz Pedro Melzer, sócio e head de Venture Capital do Patria Investimentos, que participou do episódio 142 do programa Outliers, apresentado por Clara Sodré, analista de fundos da XP, e Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP.

O mercado de venture capital no Brasil

“Isso trouxe o Brasil para o mapa do venture capital global. Nós tivemos vários cases que aconteceram a partir desse fluxo de capital”, complementa. “Mas, obviamente, quando se tem uma velocidade de crescimento de investimento de uma maneira tão exagerada como teve, isso trouxe malefícios para o mercado”, ressalta.

“O que veio junto com essa abundância de capital foi uma superficialidade generalizada”, afirma Melzer. Para ele, houve uma espécie de guerra. “Isso resultou em um valuation exagerado para o tamanho das empresas. E muitas delas sem o preparo necessário para aquele aporte”, destaca.

A correção do mercado de venture capital

“Aconteceu uma agenda frenética de crescimento imposta pelos investidores, que muitas vezes as empresas não tinham condições de acompanhar”, acrescenta. “Começaram as derrapadas e os problemas aconteceram”, diz Melzer, que cita “irresponsabilidade” e empreendedores atuando de forma “oportunística”.

Quando a taxa de juros começou a subir, os fundos olharam para seus portfólios e viram “sérios problemas”. “Empresas que receberam aportes muito relevantes – e que não provaram seus modelos de negócios – queimavam caixa de forma exagerada, em patamar de valuation muito difícil de sustentar”, afirma. Isso, segundo ele, fez com que o mercado começasse a repensar seus investimentos.

“O que nós estamos vivendo hoje é o amadurecimento do mercado de venture capital. O que nós tivemos nesse período de 2022 para cá foi uma importante correção. Mas não só correção do valuation das empresas, mas a mentalidade de todos que estavam fazendo e interagindo com essa classe de ativos”, explica.

Empreendedores com bons modelos de negócios

Segundo Melzer, o investidor passou a revisitar seu portfólio e ser “muito mais rigoroso”. “Ficou nesse mercado quem tem convicção, que acredita no longo prazo, e os empreendedores que, apesar de todos os desafios de captar, tem um bom modelo de negócios. São aqueles empreendedores que conseguem justificar que tem um modelo sustentável”, avalia.

“Nesse novo formato, a gente vai continuar tendo classe de ativos promissora e ocupando espaço importante na economia brasileira. Vale mencionar que nós temos características muito relevantes para o venture capital”, conclui.


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