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Preço do petróleo tipo Brent pode cair nos próximos 12 meses

Especialistas acreditam que oferta mundial da commodity deve contribuir para a queda de US$5 a US$9

Preço do petróleo tipo Brent pode cair nos próximos 12 meses

O preço do barril do petróleo tipo Brent tende a cair de US$ 5 a US$ 9 nos próximos 12 meses com a grande oferta mundial da commodity, sobretudo de países que não são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e problemas de demanda devido a incertezas econômicas na China e Europa. Essa questões podem se agravar caso o novo governo Donald Trump nos Estados Unidos adote tarifas sobre importados da nação asiática e do velho continente.

Para especialistas internacionais entrevistados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) tal perspectiva é viável porque não avaliam que ocorrerá um agravamento dos conflitos militares no Oriente Médio, principalmente entre Israel e Irã.

Redução de estoques e déficit de oferta

Os esforços dos membros da Opep com cortes voluntários da produção de petróleo neste ano geraram reduções de estoques e pressões de alta dos preços, o que deve levar em 2024 a um déficit de 310 mil barris diários da oferta ante a demanda global da commodity, estima o banco HSBC. Mas essa situação deve se reverter em 2025, com um superávit de 500 mil barris diários do fornecimento do combustível ante a demanda, pois atingirão 104,4 milhões e 103,9 milhões de barris diários, respectivamente. “O preço médio do barril do Brent deve cair de US$ 79 em 2024 para US$ 70 no ano que vem”, disse Kim Fustier, chefe de pesquisas na Europa para petróleo e gás do HSBC.

Expansão da oferta e obstáculos macroeconômicos

Há uma grande expansão da oferta do petróleo por países que não participam da Opep, especialmente dos EUA, Brasil e Guiana. Por outro lado, a demanda mundial da commodity enfrenta vários obstáculos macroeconômicos, sobretudo na China, com a profunda crise do setor imobiliário que reduz o consumo e exerce uma força desinflacionária no país. O crescimento modesto da Europa também é outro problema para o aumento do consumo de petróleo.

Tarifas sobre importados e guerra comercial

A possível adoção de tarifas sobre importados da China e União Europeia pelo novo governo Trump eleva os temores de que pode ser deflagrada uma guerra comercial que amplie a inflação nos Estados Unidos e zona do euro. Em tais circunstâncias, o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) podem retomar a alta de juros, o que tende a desacelerar a demanda agregada nos EUA, Europa e em nível mundial. Este quadro econômico pode reduzir ainda mais o preço do Brent no próximo ano.

Adoção de cortes voluntários de produção

A resposta da Opep a uma eventual queda firme dos preços do petróleo em 2025 poderá ser continuar por todo o próximo ano com os cortes voluntários da produção pelos países membros. O cartel anunciou em junho que aumentaria a produção da commodity em 2,2 milhões de barris por dia em um horizonte de 1 ano, o que foi adiado.

Impactos limitados para coibir vendas do combustível

Há um foco especial de especialistas internacionais sobre como o governo Trump lidará com as exportações de petróleo do Irã, próximas a 1,6 milhão de barris diários. Embora exista a expectativa de que a futura administração adotará firmes sanções comerciais contra o governo de Teerã para reduzir seu poder sobre o Hezbollah, Hamas e Houthis, na prática as ações de Washington poderão ter impactos limitados para coibir tais vendas do combustível.


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