Economista prevê que Trump concretizará promessas de campanha em 2025
Com anos de atuação no FMI e no Goldman Sachs, Paulo Leme acredita que as promessas de campanha de Trump eram para valer e devem ser concretizadas em 2025, em seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. O economista se detém particularmente em três pontos do programa de campanha de Trump: conter a imigração, o corte de impostos de pessoas físicas e jurídicas e a imposição de tarifas de importação. Segundo ele, o mercado ainda não incorporou em escala o que poderá ocorrer na parte de estímulo fiscal e valorização do dólar. Serão “2 toneladas” de estímulo fiscal para uma economia que está voando, o que o mercado não está entendendo “a ordem de grandeza do remédio”. A economia americana está numa situação excepcional em matéria de crescimento, taxa recorde de baixo desemprego, ciclo de inovação tecnológica, com inteligência artificial.
Os desafios do Federal Reserve
Paulo Leme prevê que a reunião de dezembro trará desafios do Federal Reserve em se pronunciar sobre política monetária para o ano que vem por conta do governo do republicano. O professor de Finanças da Universidade de Miami diz que o problema tende a se agravar no governo Trump. “Se está crescendo o emprego com a inflação indo para baixo. Não me lembro de ver na minha vida, na minha carreira, que é relativamente longa, isso. E, ao mesmo tempo, (o Fed) cortando a taxa de juros. É uma conjuntura fantástica”, complementa.
Consequências possíveis
Para o economista, as medidas de Trump, se aplicadas, vão estimular a economia “sem ser necessário” e vão abrir um “buraco fiscal”. Dessa forma, a grande questão é saber quanto tempo terá efeito positivo na economia americana as ações do novo presidente dos Estados Unidos. Nesse cenário, ele diz ser inevitável a inflação subir.
Júlio Rossato