Anatel libera 5G em todo o Brasil
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou nesta terça-feira (26), que a ativação da internet móvel de quinta geração (5G) foi liberada em todos os 5,5 mil municípios do país. A medida dependia da limpeza da faixa de 3,5 Ghz, que foi destinado ao tráfego do sinal de 5G, mas que até então era ocupada pelo sinal de TV por antenas parabólicas.
A limpeza da faixa consistiu em migrar o sinal das parabólicas da banda C para a banda KU. Isso exigiu a desocupação de 1,4 mil estações de radiodifusão e a instalação de 5 milhões de kits com filtros nas parabólicas para garantir que a população continuasse tendo acesso à televisão aberta, sem interferência do sinal da internet. O trabalho de limpeza foi concluído 14 meses antes do prazo máximo previsto na regulamentação.
Só depois dessa limpeza, as operadoras podem ligar suas antenas e oferecer o 5G aos clientes. Hoje, o sinal do 5G já está funcionando em 770 cidades, com a cobertura atendendo 35 milhões de usuários. A velocidade média está em cerca de 300 megabits por segundo. A antecipação na liberação do sinal significa, portanto, que as operadoras poderão avançar mais rapidamente na implementação da cobertura.
Cronograma de implantação
Pelas regras em vigor, as operadoras têm até 31 de julho de 2025 para implantar o 5G nos municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes, e até 31 de julho de 2026 para atender as cidades com população igual ou superior a 200 mil habitantes. Um ano depois, precisam estar contemplados os municípios que têm a partir de 100 mil moradores. O cronograma do restante das cidades vai até 2029.
Impacto econômico
“Isso é importante porque não podemos falar de crescimento econômico sem a base das telecomunicações. O 5G veio para catalisar o crescimento”, afirmou o conselheiro da Anatel, Vinícius Caram. Ele citou as aplicações de internet em portos, aeroportos, logística, indústria e agronegócios, entre outros.
“Foi um trabalho sem precedentes no mundo”, comentou o presidente da Entidade Administradora da Faixa (EAF), Leandro Guerra. Entre as dificuldades superadas, foi preciso selecionar equipamentos para filtragem do sinal, importação de fornecedores asiáticos em plena pandemia, bem como o atendimento a milhões de domicílios espalhados pelo país.
“A liberação da faixa de 3,5 GHz é o primeiro passo necessário para a chegada do 5G”, destacou Marcos Ferrari, presidente da Conexis Brasil Digital, sindicato que reúne as grandes operadoras.
Júlio Rossato