Bolsonaro republica vídeo descontraído em boteco após relatório da PF apontar sua participação em suposto golpe de Estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) republicou em suas redes sociais, na terça-feira (26), um vídeo em que aparece tomando caldo de cana em um bar e rindo, logo após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornar público o relatório da Polícia Federal (PF) que aponta o ex-chefe do Executivo como líder de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Na gravação, publicada originalmente em um dos perfis dele três dias atrás, Bolsonaro aparece sentado no balcão de um boteco, com a camisa do Santos, quando um homem pergunta: “E aí presidente, como é que está o caldo de cana?.” O ex-presidente responde: “De graça, está excelente.”
Relatório da PF aponta participação direta e efetiva de Bolsonaro em suposto golpe
Segundo o relatório da Polícia Federal encaminhado por Alexandre de Moraes à PGR, a investigação mostra que Jair Bolsonaro (PL) planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade. A PF também aponta que Bolsonaro era informado sobre o andamento da suposta trama golpista. Além disso, o relatório menciona que Bolsonaro tinha apoio de oficiais de alta patente, mas enfrentou resistência dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. O caso agora está com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode oferecer ou não uma denúncia ou ainda solicitar novas diligências.
Ex-presidente nega participação e considera acusações graves
Bolsonaro, que chegou a Brasília na última segunda-feira (25), admitiu que um estado de sítio foi considerado durante o fim de seu mandato, mas negou participação em qualquer plano de golpe. Ele classificou as acusações como “coisa séria” e afirmou que uma ruptura institucional não seria liderada por “um general da reserva e meia dúzia de oficiais”.
Júlio Rossato