Confiança do setor de serviços do Brasil cai em novembro
A confiança do setor de serviços do Brasil voltou a recuar em novembro, registrando a sexta queda do ano, devido à piora nas expectativas do setor para os próximos meses, mostraram os dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,3 ponto em novembro, para 94,9 pontos.
“O resultado de novembro da confiança de serviços é consequência de dois movimentos distintos”, disse em nota Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Índice de Expectativas (IE-S) cai
A FGV informou que a queda na confiança veio na esteira da piora do Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, com baixa de 2,1 pontos em novembro, para 92,2 pontos.
Nas expectativas, o componente de tendência dos negócios nos próximos seis meses foi a principal contribuição negativa, com recuo de 2,8 pontos no mês, a 92,6 pontos.
Índice de Situação Atual (ISA-S) tem resultado positivo
Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, teve resultado positivo e reduziu a queda na confiança no geral, registrando avanço de 1,5 ponto em novembro, para 97,7 pontos, o maior nível desde dezembro de 2023 (99,1 pontos).
No ISA-S, a melhora foi influenciada principalmente pela alta do componente de situação atual dos negócios, que subiu 1,9 ponto, a 98,2 pontos.
“O cenário macroeconômico de bons resultados em termos de emprego e renda é um fator positivo para o setor, mas o alto patamar de taxa de juros contribui para o aumento da cautela dos empresários com a continuidade da retomada nos próximos meses”, completou Pacini.
Neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) votou de forma unânime para acelerar o ritmo de seu aperto monetário, elevando a Selic em 50 pontos-base, para 11,25% ao ano, em meio à preocupação com o superaquecimento da atividade econômica e os riscos de alta para a inflação.
Operadores precificam 84% de chance de uma alta de 75 pontos na reunião de dezembro.
(Por Fernando Cardoso)
Júlio Rossato