Especialistas elaboram carteiras de investimentos após pacote de corte de gastos do governo
O anúncio do pacote de corte de gastos do executivo federal, realizado pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), teve impacto no mercado financeiro brasileiro. O Ibovespa caiu, os títulos de inflação do Tesouro Direto subiram e o dólar atingiu um valor histórico acima de R$ 6. Apesar do governo prometer uma economia de R$ 70 bilhões, gestores avaliam que o pacote não soluciona o principal problema do país, a elevada dívida pública bruta. Diante dessa situação, especialistas elaboraram carteiras de investimentos para diferentes perfis de risco – conservador, moderado e arrojado. A simulação foi baseada em um valor de R$ 200 mil.
Carteira conservadora
Peterson Rizzo, especialista em investimentos da Multiplike, recomenda diversificar as aplicações para reduzir os riscos e ter maior previsibilidade dos rendimentos. O Tesouro Selic é o título público mais seguro do país, com liquidez diária e proteção contra variações na taxa de juros. Os CDBs compõem 30% da carteira e são protegidos pelo FGC. Já os FIDCs multicedente/multissacado têm um risco maior, mas o risco é diluído no segmento multicedente e multissacado. A regra do IR é igual ao do CDB e do Tesouro Direto.
Carteira moderada
Rafael Leuzinger, especialista em investimentos do Grupo Fractal, recomenda CDBs, LFTs, LCIs e LCAs, que são protegidos pelo FGC, e fundos de renda fixa pós-fixados, que proporcionam previsibilidade nos resgates e acesso a uma variedade de ativos. Os CRIs e CRAs foram incorporados à carteira para compor a parcela de maior risco, buscando maior rentabilidade. As NTN-Bs são recomendadas para estratégias de carregamento, oferecendo ganhos reais ao superar a inflação. A carteira inclui 10% de renda variável ou alternativos, como ações, fundos imobiliários (FIIs), fundos de índices (ETFs), ouro e criptoativos, para diversificar e melhorar o potencial de rentabilidade da carteira, equilibrando o risco e a recompensa de acordo com o perfil do investidor. A carteira arrojada tem 30% dos recursos em CRIs e CRAs high grade e inclui ativos internacionais para proteger o portfólio contra desvalorização cambial.
Júlio Rossato