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Governo anuncia Reforma do Imposto de Renda em 2026

Proposta aumenta limite de isenção para R$ 5 mil e eleva alíquota para quem ganha acima de R$ 50 mil; mercado reage com aversão a risco

Governo anuncia Reforma do Imposto de Renda em 2026

O governo anunciou seu pacote de Reforma do Imposto de Renda que deve ser implementado em 2026, trazendo um sentimento geral de aversão a risco no mercado. A proposta visa aumentar o limite de isenção do imposto de renda para R$ 5 mil por mês, o que abrange 87% da população empregada no Brasil. Considerando essa faixa, a mudança poderia implicar um aumento permanente entre 0,7% e 1,4% da massa salarial.

Além disso, para compensar essa perda de receita, a proposta do governo eleva a alíquota efetiva de imposto para aqueles que ganham mais de R$ 50 mil por mês.

Reação do mercado

A equipe de estratégia do Bradesco BBI ressalta que, se essa proposta não for acompanhada de sustentabilidade fiscal, pode levar a uma desvalorização da moeda, aumento da inflação e taxas de juros mais altas, o que pode resultar em uma moderação no crescimento do PIB do país. Essa foi a reação do mercado após o anúncio na quinta-feira, com o dólar fechando próximo de R$ 6, o Ibovespa caindo 2,40% e os juros futuros disparando diante de uma reação negativa de agentes financeiros ao anúncio das medidas fiscais pelo governo.

A reação dos líderes do Senado e da Câmara mostrando maior cautela sobre a aprovação dos temas e indicando compromisso com a sustentabilidade fiscal elevaram os preços dos ativos brasileiros nesta sexta.

Setores beneficiados

Para o setor financeiro, os players que devem mais se beneficiar com o aumento da renda disponível são provavelmente os bancos, especialmente aqueles expostos ao segmento de baixa renda, apontam os analistas do Bradesco BBI e do Itaú BBA.

Na saúde, o BBI avalia ser provável que a Hapvida (HAPV3) se beneficie de uma maior renda disponível devido à sua exposição aos segmentos de renda média e baixa, bem como a planos individuais.

No segmento de petróleo e gás, o segmento de distribuição de combustíveis é o mais exposto ao PIB do Brasil, já que uma atividade mais aquecida deve levar a um maior consumo de combustíveis.

Riscos da medida

Um risco dessa medida seria o aumento da inflação e, consequentemente, isso poderia resultar em uma taxa de juros mais alta. Além disso, se o governo não conseguir compensar completamente a medida, isso também poderia aumentar o prêmio de risco do país, com uma moeda mais depreciada, inflação mais alta e uma taxa de juros mais alta, levando, portanto, a uma moderação na economia.


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