Líderes da oposição pedem apoio do Brasil para asilados políticos
Os líderes da oposição na Venezuela María Corina Machado e Edmundo González Urrutia solicitaram ajuda do governo brasileiro para romper o cerco policial feito por agentes da Venezuela à Embaixada da Argentina em Caracas, onde seis asilados políticos estão abrigados. O pedido foi feito em reunião na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
A embaixada da Argentina está sob responsabilidade do governo brasileiro desde agosto, após a equipe diplomática ter sido expulsa pelo governo do ditador Nicolás Maduro.
María Corina pediu à encarregada da embaixada do Brasil em Caracas que se manifeste contra o cerco, “demonstrando a preocupação e o exercício dos direitos que tem o Brasil neste tema, além de todos os convênios internacionais”. Ela afirmou que a perseguição do regime está transformando a embaixada argentina em “um centro de tortura psicológica e até uma verdadeira prisão”. O fornecimento de luz foi cortado há dez dias.
O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, acredita que a ausência de diplomatas brasileiros na embaixada da Argentina ocorre por pressão do presidente venezuelano e cobrou maior comunicação entre as chancelarias do Brasil e da Argentina para conter a repressão contra os asilados.
González também criticou a recente aprovação, pela Venezuela, da Lei Libertador Simón Bolívar, que criminaliza o apoio a sanções internacionais contra o país e suspende os direitos políticos de opositores. Ele observou que, enquanto o abuso sexual de crianças tem pena entre 6 e 14 anos de prisão, a crítica ao governo Maduro nas redes sociais pode resultar em penas de 25 a 30 anos.