Notícias

Michel Barnier pode ser forçado a sair do cargo por voto de desconfiança na França

O primeiro-ministro francês Michel Barnier corre o risco de ser afastado por voto de desconfiança da Assembleia Nacional após discurso de defesa de sua gestão.

Michel Barnier pode ser afastado do cargo

O primeiro-ministro francês Michel Barnier corre o risco de se tornar nesta quarta-feira o primeiro premiê do país a ser forçado a sair do cargo por voto de desconfiança da Assembleia Nacional em mais de 60 anos. Em um discurso de 20 minutos, após as falas de presidente partidários, ele defendeu sua gestão e alertou para os riscos de seu afastamento.

Segundo o primeiro-ministro, uma moção de censura significaria que o orçamento do país provavelmente não poderia ser adotado antes do final do ano. Isso levaria a uma perda do poder de compra para os franceses, de acordo com ele, porque “quase 18 milhões de famílias veriam seus impostos aumentarem” e “380.0000 famílias adicionais seriam elegíveis para o imposto de renda”.

Possível afastamento em meio a crise orçamentária

O possível afastamento de Barnier chegaria em um momento em que o país está lutando para controlar um enorme déficit orçamentário. A Reuters destaca que isso deixaria um buraco no coração da União Europeia, em um momento em que a Alemanha também está enfraquecida e em período eleitoral, semanas antes da volta do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, à Casa Branca.

Orçamento

O projeto de orçamento de Barnier visava reduzir o déficit fiscal, que deverá ultrapassar 6% da produção nacional este ano, com 60 bilhões de euros em aumentos de impostos e cortes de gastos. Ele buscava reduzir o déficit para 5% no próximo ano.

Um governo interino poderia propor uma legislação de emergência para rever os limites de gastos e as disposições fiscais deste ano. Mas isso significaria que as medidas de economia de Barnier seriam deixadas de lado.

Macron enfrenta crise política

O presidente Emmanuel Macron, que obteve um segundo mandato em 2022, precipitou a crise política ao convocar uma eleição parlamentar antecipada em junho. Seu mandato como presidente vai até meados de 2027 e ele não pode ser forçado a sair pelo Parlamento, mas o partido de direita RN e a extrema-esquerda já estão dizendo que ele deveria renunciar, à medida que enfrenta sua maior crise desde a agitação popular dos coletes amarelos de 2018-2019.

Na terça-feira, Barnier disse que ainda acreditava que seu governo poderia sobreviver à votação, marcada para o início da noite desta quarta-feira.

Tags:

  • Michel Barnier
  • França
  • Assembleia Nacional
  • Crise política
  • Orçamento

Publicado em:
Atualizado em: