Senador Ciro Nogueira defende 'conservadorismo' do centrão
O senador Ciro Nogueira, do Partido Progressista do Piauí, afirmou que o 'centrão' não é um bloco político nem de direita nem de esquerda. O parlamentar defende que o melhor termo para definir esse grupo é o de posições 'conservadoras', em oposição aos 'radicalismos' de mudanças sociais e econômicas abruptas.
O 'centrão' é o bloco partidário do Congresso que apoia o governo em troca de vantagens políticas, como nomeações para cargos e liberação de emendas. O grupo, apesar de não existir de modo formal, possui influência prática na articulação entre os Poderes. O termo é comumente utilizado para descrever uma atuação parlamentar orientada por conveniência, e não por princípios ou ideais.
Retrospecto histórico do centro político
O artigo de Ciro Nogueira exalta os parlamentares de orientação centrista por meio de um retrospecto histórico. Segundo o ex-ministro-chefe da Casa Civil, o centro político foi o responsável por 'conservar o tecido da sociedade brasileira' na mesma medida em que consolidou avanços e mudanças positivas.
Como exemplos de mudanças 'conservadoras' encampadas pelo centro político, Ciro cita desde a redemocratização, em 1985, ao impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, passando por marcos como o impedimento de Fernando Collor, em 1992, e o Plano Real, de 1994. 'O centro não grita e nunca foi protagonista; nem é a sua vocação. Mas ajudou e ajudará sempre o Brasil a corrigir seus rumos', diz Ciro Nogueira.
'Não possui o monopólio da razão'
Ainda que associe mudanças sociais 'radicais' aos setores progressistas do Congresso, o senador afirma que a direita 'não possui o monopólio da razão', criticando os 'extremos que se julgam ungidos'.
Ciro Nogueira foi ministro-chefe da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A pasta de Casa Civil é uma peça-chave da articulação política entre Executivo e Legislativo e a nomeação de Nogueira para o cargo, em agosto de 2021, representou uma inflexão no modo como Bolsonaro lidava com o Congresso.
Júlio Rossato