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Empresas de saúde brasileiras apresentam sinais positivos ou neutros no 3T24, diz Morgan Stanley

Apesar do ambiente pressionado, empresas de saúde brasileiras apresentam sinais positivos ou neutros no 3T24, segundo o Morgan Stanley. Preocupação fica por conta do ambiente macroeconômico e aumento de litígios.

Empresas de saúde brasileiras mostram sinais positivos ou neutros no 3T24

O Morgan Stanley comenta que as empresas sob sua cobertura mostraram sinais majoritariamente positivos ou neutros no terceiro trimestre de 2024 (3T24) em relação às suas operações. Além disso, o Morgan adicionou às suas projeções o aumento da pressão de litígios sobre os operadores de planos de saúde, além de alguns fatores singulares (como o rebalanceamento de capital de giro da Hypera).

Preocupações com o ambiente macroeconômico

O banco avalia que a deterioração do ambiente macroeconômico exige atenção, especificamente devido às taxas de juros potencialmente mais altas no futuro.

Análises das empresas de saúde

Hapvida: a empresa continuou sua trajetória de recuperação no 3T24, com preços melhores e controle das despesas por membro. A adição de beneficiários retornou pela primeira vez após cinco trimestres. No entanto, o aumento dos litígios no setor afetou particularmente a Hapvida. O Morgan manteve o preço-alvo em R$ 6.

Rede D’Or: continuou a rápida expansão da linha de fundo vinda do lado dos pagadores (SulAmérica), enquanto entregava expansões hospitalares que podem dar frutos no futuro. O preço-alvo segue em R$ 37.

Fleury: começou a mostrar alguma desaceleração no volume B2C no 3T24, um fator chave de compensação para a tendência natural de evolução de preços abaixo da inflação. No entanto, o B2B está mostrando um impulso positivo, e as margens continuam sendo otimizadas pela gestão. O banco reduziu o preço-alvo de R$ 16,50 para R$ 15,50 devido a maiores despesas com aluguel e ao efeito da atualização do cenário macroeconômico.

OdontoPrev: apresentou resultados fortes no 3T24 em todos os indicadores (mesmo excluindo itens não recorrentes), com evolução da linha de receita e expansão do Ebitda, mesmo compensando uma ligeira queda na margem bruta. O Morgan continua acreditando na solidez do modelo de negócios, com base na conquista de participação de mercado (impulsionada pelos canais digitais e fidelização de clientes) e na abertura de novas lojas. O preço-alvo permanece em R$ 30.

Qualicorp: continua a evoluir com preços abaixo da inflação, ampliando a linha de receita com o crescimento do volume (de planos corporativos e PME, com grande dependência do Bradesco). O Morgan manteve o preço-alvo em R$ 11.

Redução de preços-alvo

A decisão de reduzir o capital de giro, principalmente pela diminuição das contas a receber (um proxy para os estoques na cadeia de distribuição), está levando a uma redução no sell-in durante 2024 e 2025. Segundo o Morgan, a medida também impacta as margens pela desalavancagem operacional. Assim, a empresa tem poucos catalisadores para alguns trimestres. Com isso, o banco reduziu o preço-alvo de algumas empresas, como Hering (de R$ 31 para R$ 29) e MRV (de R$ 2,90 para R$ 2,20).

Conclusão

O Morgan Stanley mantém-se otimista com a tese de investimento, acreditando que o mercado está considerando um cenário extremamente ruim para o futuro do setor de saúde. No entanto, a preocupação com o ambiente macroeconômico e o aumento dos litígios exige atenção.


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