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Mercado de renda fixa reflete incertezas fiscais em novembro

Títulos de vencimentos mais longos foram os mais impactados negativamente no mês, segundo Anbima.

Mercado de renda fixa reflete incertezas fiscais em novembro

O mercado de renda fixa refletiu em novembro as incertezas relacionadas ao cenário fiscal de longo prazo, impulsionadas pelos recentes anúncios do governo sobre o pacote fiscal. Pelo terceiro mês consecutivo, os títulos públicos de vencimentos mais longos foram os mais impactados negativamente, enquanto papéis de curto prazo registraram melhor desempenho, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Perdas também entre papéis privados, com destaque para índice que acompanha debêntures incentivadas (que têm isenção de Imposto de Renda), que recuou 0,47%. Assim como nos títulos públicos, os papéis corporativos de curto prazo tiveram o melhor desempenho.

Reflexo dos desafios políticos

“Os preços dos ativos refletiram uma frustração inicial dos investidores em função dos desafios políticos que envolvem muitas das medidas anunciadas”, disse Marcelo Cidade, economista da instituição. “Isso afetou principalmente os títulos de prazos mais longos, que são mais sensíveis às perspectivas do cenário econômico.”

O índice IMA-B 5+, que acompanha as NTN-Bs (títulos atrelados ao IPCA) com prazos acima de cinco anos, caiu 0,23% no mês. Até o dia 27 de novembro, o índice acumulava alta de 0,17%, mas registrou perda de 1,83% após o anúncio das medidas governamentais.

Desempenho dos índices Anbima em novembro

  • IMA-B 5+: índice que reflete as NTN-Bs (títulos atrelados ao IPCA) com prazos acima de cinco anos, caiu 0,23% no mês.
  • IMA-B 5: que acompanha as NTN-Bs de curto prazo (até cinco anos), teve ganho de 0,36%.
  • IMA-S: que reflete as LFTs (títulos atrelados à Selic), apresentou o maior avanço entre os papéis públicos, com alta de 0,83%.
  • IRF-M 1: índice que acompanha os títulos prefixados com vencimento em até um ano, avançou 0,57%. Já o IRF-M 1+, que reflete prefixados com prazos superiores a um ano, caiu 1,13%.
  • IDA-DI: índice que reflete debêntures atreladas à taxa DI com duração de um dia útil, avançou 0,87%, sendo o único segmento com resultado positivo.
  • IDA IPCA Infraestrutura: que acompanha debêntures incentivadas, recuou 0,47%.
  • IDA IPCA ex-Infraestrutura: que contempla papéis sem isenção fiscal, caiu 0,21%.
  • IDA geral: índice que inclui todas as debêntures marcadas a mercado, cresceu 0,32% no mês.

Flutuação do mercado

O movimento de queda no preço dos papéis acontece em sentido inverso ao da disparada das taxas vista no período. Isso porque, com juros mais atraentes no mercado, títulos que já estão na mão dos investidores ficam desvalorizados.

A depreciação pode assustar o investidor que abre o home broker, que mostra o valor dos papéis com atualização diária (marcação a mercado). No entanto, vale lembrar que apenas quem decide se desfazer da aplicação antes do vencimento é de fato afetado pela flutuação.

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Equipe InfoMoney


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