Riscos Fiscais são Prioridade para Instituições Financeiras no Brasil
As Instituições financeiras (IFs) do Brasil veem os riscos fiscais como os mais importantes para a estabilidade financeira, segundo a Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) do quarto trimestre, divulgada nesta quinta-feira (5) pelo Banco Central. A proporção dos que citaram o fiscal como maior risco aumentou de 41% em agosto para 42% em novembro.
A percepção de risco no cenário internacional também cresceu, com 27% das IFs pesquisadas citando essa como a principal preocupação, 5 pontos porcentuais a mais do que em agosto. A probabilidade de materialização desse risco também é considerada “média-alta”, e o eventual impacto, “alto.”
Em terceiro lugar na lista de principais riscos, aparecem inadimplência e atividade (estável em 12%), inflação doméstica (5% para 3%), riscos de liquidez (estável em 3%) e demais riscos (16% para 13%).
Preocupações com Sustentabilidade da Dívida Pública
“Os riscos preponderantes são os fiscais, sendo os mais citados como o risco mais importante e tendo o maior impacto esperado médio, destacando-se preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e o arcabouço fiscal e seus impactos nos preços de ativos e na política monetária”, informou o BC, no relatório de divulgação da PEF.
A probabilidade de materialização do risco fiscal é considerada “média-alta”, segundo a metodologia da PEF. O impacto esperado para o Sistema Financeiro Nacional (SFN) no caso da sua materialização é “alto.”
Preocupações com Eleições nos Estados Unidos e Conflitos Geopolíticos
“Os riscos do cenário internacional ganharam maior relevância, aumentando as preocupações associadas às eleições nos Estados Unidos e persistindo preocupações com escalada dos conflitos geopolíticos, crescimento da economia chinesa e política monetária e atividade econômica nos Estados Unidos”, diz o texto.
A probabilidade de ocorrência de um risco de atividade ou inadimplência cresceu, “refletindo preocupações com alavancagem e inadimplência de famílias e empresas e impactos do aperto monetário”, segundo o BC.
Fonte: Estadão Conteúdo
Júlio Rossato