Setor de seguros investirá em tecnologia em 2024
O setor de seguros é extremamente inovador e tecnológico, com as empresas se destacando como grandes centros de tecnologia. A afirmação foi feita pelo presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (5) no Rio de Janeiro.
Uma pesquisa inédita realizada pela entidade projeta que as empresas do setor no Brasil investirão R$ 19,6 bilhões em tecnologia e inovação neste ano, representando um aumento de 17,5% em comparação com o ano passado, quando os aportes chegaram a R$ 16,7 bilhões.
Importância de investimentos em inovação para empresas do setor
Para o presidente da CNseg, o investimento em tecnologia é parte fundamental da estratégia de todas as empresas, e aquelas que não aplicarem recursos nessa área correm o risco de ficar para trás no mercado. A pesquisa revela que a maioria das empresas já reconheceu essa importância, com 71% dos respondentes afirmando que há previsão de aumento nos investimentos em inovação.
Ao comparar as práticas adotadas pelas empresas mais inovadoras do Brasil, 45% delas investem até 5% de sua receita em inovação, enquanto no setor de seguros, 67% das empresas seguem esse padrão. No entanto, o número de empresas que ultrapassam 5% ainda é baixo, atingindo apenas 8%. Em comparação, 22% das empresas mais inovadoras de outros segmentos destinam valores acima desse patamar, conforme apontou o estudo.
Maioria das iniciativas está relacionada à gestão de distribuição
A maioria das iniciativas implementadas em 2023 e no primeiro semestre deste ano está relacionada à gestão de distribuição, ou seja, à venda, com a maior parte dos recursos direcionados para o desenvolvimento de produtos e serviços, processos e infraestrutura.
O levantamento revela que 75% das seguradoras possuem uma área dedicada à inovação, com cargos e responsabilidades bem definidas. No entanto, a origem dos projetos provém de áreas distintas, com iniciativas promovidas pela área de inovação. Além disso, para 92% das empresas, a inovação ocorre de maneira colaborativa com outros agentes do mercado.
Opiniões divergentes em relação ao Open Insurance
Outro ponto levantado pela pesquisa foi a questão da regulação. A amostra apresentou opiniões divergentes em relação ao open insurance (Opin), com 56% dos participantes tendo uma visão mais positiva, enquanto 44% consideram a iniciativa apenas uma resposta regulatória sem uma relação clara com a estratégia de inovação da empresa.
Chama a atenção que as empresas que não participam do Opin têm uma visão mais positiva em comparação aos executivos das empresas que participam.
Sobre a autora
Gilmara Santos é jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC.
Júlio Rossato