Itaú acusa ex-diretor financeiro de violar políticas internas do banco
O Itaú Unibanco acusou o ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel de ter violado políticas internas do banco e agido em “grave conflito de interesses”, supostamente em benefício próprio, na contratação de pareceres técnicos.
A acusação consta de uma ata da assembleia geral extraordinária do Itaú Unibanco S.A., publicada na madrugada do último sábado (7).
Acusações negadas
De acordo com o banco, o ex-diretor financeiro teria se valido de suas prerrogativas como executivo do alto escalão da instituição para aprovar pagamentos a um fornecedor com quem supostamente tinha vínculos. Esses pagamentos teriam chegado a cerca de R$ 10,45 milhões nos últimos quatro anos.
Por meio de nota, Broedel negou as acusações e afirmou que sempre teve uma conduta ética e transparente em todas as atividades ao longo dos seus 12 anos no banco. Ele alegou que as alegações do Itaú são “infundadas e sem sentido”.
Investigação interna
A investigação interna levada a cabo pelo Itaú teve início em agosto e foi encerrada no fim de novembro deste ano. O banco protocolou o chamado protesto interruptivo de prescrição – uma medida judicial que estabelece que eventuais irregularidades cometidas em um período anterior a três anos não prescrevam.
Em assembleia geral extraordinária, o Itaú também pediu a anulação da aprovação das contas de Broedel entre 2021 e 2023. Além disso, o Itaú cobra uma indenização de R$ 4,86 milhões, referente aos valores que teriam sido transferidos pela Care e pela Evam a Broedel.
Próximos passos
O Itaú Unibanco já estuda os próximos passos e cogita entrar com uma ação civil em janeiro de 2025, após o fim do recesso do Judiciário. O banco está contratando um escritório de advocacia para apresentar uma ação civil de reparação de danos contra Broedel e Martins.
De acordo um executivo que acompanha de perto as investigações internas do Itaú sobre o caso, ouvido pelo Brazil Journal, há fortes “indícios de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e associação criminosa”.
Júlio Rossato