Michel Temer fala sobre investigação de golpe de Estado em entrevista
O ex-presidente Michel Temer (MDB) voltou a falar sobre a investigação da Polícia Federal (PF) que indiciou o também ex-chefe do Executivo federal Jair Bolsonaro (PL) e militares de alta patente por supostamente planejarem um golpe de Estado em 2022.
Em entrevista divulgada no último domingo (8), pela revista Veja, Temer afirmou que ainda não se pode condenar os indiciados mas que há “indícios fortíssimos” de uma intentona golpista.
“A investigação tem que ser feita. Houve, por tudo o que se sabe por tudo o que a PF já levantou, indícios fortíssimos. Agora, eles estão sendo investigados”, afirmou Temer, se posicionando desta vez sobre as provas levantadas pela corporação.
O ex-presidente também repetiu que, no caso em questão, “talvez uns e outros das Forças Armadas pretendessem”, mas que o conjunto delas “não quis o golpe”.
Atos violentos de 8 de janeiro de 2023
Sobre os atos violentos de 8 de janeiro de 2023, o ex-presidente afirmou que o ataque representou uma “aspiração pelo golpe” e uma “agressão aos Três Poderes”, mas que “não prosperou”.
Há duas semanas, o emedebista foi questionado sobre o indiciamento de Bolsonaro pela suposta trama golpista, inclusive com plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A resposta foi de que “não havia clima” para golpe no país, sem valorar as provas colhidas pela PF.
“Embora haja tentativas, o fato é que não vão adiante. Não vão adiante porque não há clima no País. E, convenhamos, golpe para valer, você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazer”, disse, na ocasião.
Na mesma fala, ele minimizou a participação de militares na suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após perder as eleições de 2022, afirmando que o plano era obra de “alguns militares”, e não das instituições como um todo. “Não foi a instituição como um todo. Seja Exército, Marinha, Aeronáutica, não participaram disso como instituição. Participaram figuras”, afirmou.
Júlio Rossato