Vereador é preso em operação da PF contra fraude em licitações
Francisco Nascimento, vereador de Campo Formoso (BA) e primo de deputado federal, é preso em operação da PF que investiga desvios de R$1,4 bi em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Além do vereador, outros 16 suspeitos foram presos.
Operação Overclean
A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram, nesta terça-feira (10), a Operação Overclean, que tem como objetivo a desarticulação de um grupo suspeito de fraudar licitações e de desviar recursos públicos. De acordo com os investigadores, há indícios de que os suspeitos teriam praticado os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Prisão preventiva e apreensão de dinheiro
Francisco foi alvo de prisão preventiva, e os policiais encontraram R$ 220,1 mil, em dinheiro vivo, em uma sacola com o vereador. Segundo a PF, o primo de Elmar Nascimento arremessou a sacola pela janela de sua residência no momento da abordagem policial – uma cena inusitada. O dinheiro, ao fim e ao cabo, foi apreendido.
Dezessete mandados de prisão preventiva e 43 de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo, Minas Gerais, na Bahia, no Tocantins e em Goiás, informou a PF.
Origem do dinheiro e propina
O vereador agora terá de explicar às autoridades a origem do dinheiro e por que ele mantinha essa quantia em casa. Além dos valores encontrados na sacola de Francisco, a PF identificou que outro alvo da operação, Flávio Henrique Lacerda Pimenta, tinha R$ 700 mil em espécie. Apesar de ser vereador em Campo Formoso, Francisco estava em um apartamento em Salvador (BA) quando foi preso. O parlamentar é suspeito de receber propina para favorecer empresários em contratos com a prefeitura.
Organização criminosa
De acordo com a PF, a organização criminosa teria “direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais”. A Justiça determinou o sequestro de mais de R$ 162,3 milhões em bens dos envolvidos – valor que teria sido utilizado na compra de aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo.
Júlio Rossato