Comitê de Política Monetária eleva juros em 1 ponto percentual
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a Selic em 1 ponto percentual e sinalizou altas nas duas primeiras reuniões de 2025. Para Caio Megale, economista-chefe da XP, a decisão pode abrir espaço para voltar a reduzir a taxa de forma mais rápida. Segundo ele, o BC pode estar fazendo um ajuste mais brusco para reequilibrar as coisas e “voltar ao normal” mais rápido. Nas contas iniciais de Megale, além das duas altas de 1 ponto previstas pelo BC, a autoridade monetária deve fazer uma terceira elevação de 0,75 ponto e encerrar o ciclo de aperto.
Consequências da decisão do BC
A economia já deve sentir os efeitos dos juros mais altos no curto prazo, mas não se trata de uma recessão, segundo Megale. É importante ajustar agora para chegar em 2026 mais equilibrado, embora essa não seja uma consideração que o Copom faça na sua análise. Por outro lado, existe o risco de a decisão do BC suscitar novas medidas de estímulo do governo e gastos alternativos que podem acabar “aguando” a decisão do BC, atrapalhando o ajuste de curto prazo pretendido e fazendo com que a economia siga desequilibrada.
Investimentos em ativos reais
Marta Zaidan, chefe de investimentos do family office Vos Investimentos, recomenda que o investidor encontre uma âncora em ativos reais nesse momento de incerteza em relação à inflação. Apesar de a renda fixa ficar mais atrativa com juros cada vez mais altos, Marta recomenda o investimento em ativos reais, como o dólar e o ouro, que podem ser interessantes em um momento de mundo muito complicado. Rachel de Sá, estrategista de investimentos da XP, afirma que existem nomes com solidez na renda fixa para enfrentar esse momento de juros altos e oferecer bons retornos, mas a seletividade é cada vez mais importante. Na Bolsa, as empresas que conseguem repassar custos adicionais para os consumidores acabam saindo na frente, complementa.
Júlio Rossato