Lula não passa cargo ao vice
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não passou oficialmente o cargo ao vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). O ex-tucano, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, assumiu as funções que seriam desempenhadas por Lula e está representando o presidente em eventos oficiais – como a recepção ao primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, na última terça-feira (10). Mas, formalmente, Alckmin continua exercendo a vice-presidência da República.
Lula continua exercendo a Presidência mesmo internado na UTI, em recuperação, fora do dia a dia de Brasília (DF) e das atividades de governo.
Constituição não é explícita sobre obrigatoriedade de licença em casos de cirurgias
A decisão de Lula de não passar o cargo ao vice gerou alguns questionamentos de especialistas, mas o fato é que a Constituição Federal de 1988 não é explícita em relação à obrigatoriedade de licença em casos de cirurgias como a de Lula.
De acordo com o texto constitucional, a transmissão formal do cargo ao vice é obrigatória nos seguintes cenários:
- morte do presidente;
- renúncia do presidente;
- afastamento do presidente por impeachment;
- afastamento temporário do presidente por motivos de saúde;
- viagem do presidente ao exterior.
Novamente, o texto da Constituição não esclarece quais são os critérios e procedimentos para que se determine a incapacidade ou o impedimento temporário do presidente da República.
Alckmin não assume agendas do presidente
Uma fonte do Palácio do Planalto ouvida pela agência de notícias France-Presse (AFP) afirmou que, em princípio, Alckmin “não assume as agendas do presidente” e que as atividades previstas “foram adiadas”. Discurso semelhante foi entoado pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta (PT), segundo quem “não haverá necessidade de afastamento formal” de Lula. De acordo com essa linha de pensamento, caberia a Alckmin apenas representar Lula em “encontros pontuais”, como a recepção ao premiê eslovaco.
Lula passará por novo procedimento para interromper fluxo de sangue em região do cérebro
Lula passará por um novo procedimento para interromper o fluxo de sangue em uma região de seu cérebro e impedir novos sangramentos. O procedimento está previsto para quinta-feira (12). Lula segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), e vem evoluindo bem. O presidente da República será submetido a uma embolização das artérias meníngeas – que irrigam as meninges, membranas que revestem o sistema nervoso central. A técnica interrompe o fluxo de sangue no local desejado por meio de um cateter, obstruindo a artéria e bloqueando o fluxo sanguíneo. Com isso, segundo a equipe médica que atende o presidente, a expectativa é a de que não ocorram novos sangramentos, o que diminui o risco para Lula.
Boletim médico
Segundo o boletim médico divulgado no início da tarde desta quarta-feira (11), o presidente da República segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, em recuperação após cirurgia que drenou uma hemorragia intracraniana. O procedimento foi bem-sucedido. O boletim médico informa que Lula “permanece ainda com dreno, enquanto aguarda novos exames de rotina”.
Após a divulgação do novo procedimento ao qual Lula será submetido nesta quinta, o Sírio-Libanês divulgou uma atualização do boletim médico, confirmando essa informação.
Leia a íntegra do comunicado da equipe médica de Lula:
“O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece sob cuidados intensivos no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.Passou o dia bem, sem intercorrências, realizou fisioterapia, caminhou e recebeu visitas de familiares.Como parte da programação terapêutica, fará complementação de cirurgia com procedimento endovascular (embolização de artéria meníngea média) amanhã, pela manhã.Outras atualizações serão dadas durante coletiva de imprensa a ser realizada amanhã às 10 horas.O Presidente segue sob acompanhamento da equipe médica, sob os cuidados do Prof. Dr. Roberto Kalil Filho e da Dra. Ana Helena Germoglio.“