IBC-Br indica aquecimento na economia brasileira em outubro
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que é considerado como uma espécie de prévia do produto interno bruto nacional, voltou a surpreender em outubro, mostrando aquecimento, o que reforçou as estimativas dos economistas de que o PIB vai fechar o ano em alta de, no mínimo, 3,5%.
Casas de investimentos que ainda estavam com projeção inferior, já fizeram a revisão para cima, mesmo quem estava na ponta mais otimista, colocou um viés de alta na projeção. Esse é o caso da XP. O economista Rodolfo Margato comenta que já havia sido observado na semana um aumento expressivo nas vendas varejistas e nas receitas de serviços (dados do IBGE), surpreendendo para cima o previsto por analistas.
O índice subiu de 154,2 para 154,4 pontos no período e atingiu o maior nível da série histórica.
Previsões econômicas
“Esse conjunto de dados de atividade econômica, incluindo o IBC-Br, aponta para firme crescimento do PIB no final de 2024. Nossa estimativa para o PIB do quarto trimestre indica expansão de 0,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2024 e aumento de 4,4% quando comparado ao último trimestre do ano passado”, revela Margato.
Para o PIB fechado do ano, a XP mantém a projeção de alta de 3,5%, mas com viés altista, devido aos dados fortes da atividade econômica em outubro.
Na visão do Goldman Sachs, o carregamento para o crescimento do 4º trimestre de 2024 é de 0,8% em relação ao trimestre anterior, ajustado sazonalmente.
Análises
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o dado de outubro consolida a visão de início forte do 4º trimestre, principalmente pelo consumo das famílias, que segue aquecido pela elevação de renda do trabalho e um crédito ainda robusto, mesmo diante da elevação das taxas de juros.
Borsoi também está revisando sua estimativa de crescimento do PIB de 2024, de 3,2% para 3,5%. “O começo de 2025 deve ser bom também. A projeção de safra do IBGE está forte e vamos ter reajustes de salário-mínimo, o que deve manter o consumo forte. O Copom vai ter um trabalhão para segurar as expectativas”.
Júlio Rossato