Expansão da produção do Grupo Boticário
O Grupo Boticário registrou receita zero pela primeira vez em toda a sua história, há quatro anos, devido à pandemia. Agora, em 2025, a empresa projeta expandir sua capacidade de produção em 50%. A empresa está confiante nas perspectivas do mercado de beleza e cosméticos, que tem se mostrado resiliente mesmo em crises.
A joia da coroa do projeto de expansão está na cidade de Pouso Alegre, em Minas Gerais, onde um antigo canavial de 4 mil metros quadrados se transformará na maior fábrica da companhia até hoje, com capacidade máxima de produção de 1 bilhão de peças ao ano.
Projeções do Grupo Boticário
O Grupo Boticário projeta atingir um GMV de R$ 50 bilhões até o fim do ciclo de 2028, quando a nova fábrica será inaugurada. O crescimento seria de 38,2% contra as receitas de 2023, de R$ 30,8 bilhões. O crescimento seria muito similar ao projetado pela Euromonitor, que estima um crescimento de 37,6% para o mercado de beleza no período de 2024 a 2028.
Resiliência do mercado de beleza
O mercado de cosméticos, beleza e cuidados pessoais tem mostrado grande resiliência contra desafios econômicos. Mesmo durante a pandemia, o Grupo Boticário cresceu a duplo dígito nos anos de 2022 e 2023 e não sofreu tanto quanto o mercado global. A consultora de pesquisa na Euromonitor International, Mariana Teixeira, acredita que a forte estratégia de distribuição e fabricação nacional das empresas brasileiras do setor contribuiu para essa resiliência.
Investimentos do Grupo Boticário
O Grupo Boticário investirá R$ 4,2 bilhões no ciclo até 2028, dos quais R$ 1,8 bilhão serão destinados à nova fábrica em Pouso Alegre. O plano de expansão, chamado de “Full Potential”, também inclui um investimento de R$ 840 milhões na expansão da capacidade da unidade em São José dos Pinhais, no Paraná.
Desafios futuros
Embora o mercado de beleza e cuidados pessoais deva continuar crescendo nos próximos anos, o cenário macroeconômico ainda pode representar desafios para o consumo. A subida do dólar e da taxa de juros pode aumentar os custos de matéria-prima, afetando o setor. Além disso, o mercado brasileiro é o mais concentrado entre os cinco maiores do mundo, com 40% de mercado dominado por três players, o que limita as margens de ganho de participação de mercado do Grupo Boticário.