Automob estreia na B3 após cisão da Vamos
A Automob, empresa de concessionárias de veículos, chega à Bolsa de Valores do Brasil com ações sob o ticker AMOB3 após a cisão do negócio da Vamos. A empresa agora se torna a maior companhia de concessionárias de veículos do país, com 188 lojas e 35 marcas no portfólio, incluindo veículos leves, caminhões, máquinas e equipamentos. A Automob é a primeira empresa desse segmento a se listar na B3. As ações da Automob em si serão incorporadas à nova companhia listada nas próximas semanas. O CEO da Automob, Antonio Barreto, explica que a empresa se torna um "consolidador natural" de um mercado extremamente pulverizado como empresa listada. O Grupo Simpar, que controla a Automob, agora tem quatro controladas negociadas na B3. Além da Automob e da Vamos, JSL e Movida também estão listadas na Bolsa.
Desenvolvimento futuro
A Automob tem uma história de sucesso, com seu negócio de concessionárias dentro do Grupo Simpar remontando à década de 1990. A empresa se desenvolveu através de uma série de aquisições ao longo dos anos. O CEO Barreto revela que uma parte importante do planejamento estratégico da empresa é desenvolver o negócio de seminovos. Ele exemplifica que o objetivo no médio prazo é transformar o negócio de maneira que para cada um carro novo, a empresa venda dois usados. A Automob também deseja estender a relação com o cliente, além da venda do veículo, fomentando a venda de produtos agregados, como consórcios, seguros e blindagem. A empresa chega à Bolsa com um receita líquida de mais de R$ 12 bilhões e Ebitda de R$ 439 milhões.
Impacto do mercado atual
A estreia da Automob na Bolsa coincide com um período de inflação deteriorada e os juros da economia em patamares cada vez mais elevados. O CEO Barreto ressalta que a conjuntura impacta diretamente a oferta de crédito, o ponto mais sensível para a companhia. Ele explica que, por enquanto, os bancos ainda não perderam o apetite por esse produto, que é voltado para pessoa física, com boa rentabilidade e garantia, e que os níveis de inadimplência têm caído. Pelo lado da oferta de veículos, o volume é considerado baixo pelo CEO em relação a períodos anteriores. Barreto destaca que o ponto de atenção é o apetite dos bancos, que ainda não foi afetado pela conjuntura atual.
Júlio Rossato