BlackRock afirma que Bitcoin deve ter peso de até 2% em portfólios multiativos
A BlackRock Investment Institute divulgou um documento na quinta-feira (12) em que afirma que atribuir um peso de 1% a 2% ao Bitcoin produziria um risco de perfil semelhante ao das ações de tecnologia Magnificent Seven em um portfólio padrão de 60/40 de ações e títulos. Esse seria um peso razoável, já que uma alocação além de 2% aumentaria drasticamente a participação do criptoativo no risco geral do portfólio.
Trump e a alta do Bitcoin
A adesão do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ao setor e suas indicações favoráveis ao cripto para altos cargos do governo, alimentaram a alta, injetando bilhões de dólares em fundos de índice de Bitcoin, incluindo o IBIT da BlackRock. Mas os retornos impressionantes vêm acompanhados da infame volatilidade do Bitcoin, razão pela qual adotar uma abordagem de “orçamento de risco” na construção do portfólio faz sentido, segundo o documento.
Volatilidade e adoção institucional
Embora o Bitcoin tenha subido 140% neste ano, o caminho para os máximos históricos tem sido excepcionalmente acidentado. A maior criptomoeda do mundo viu quedas de 70% a 80% desde sua criação em 2009, observou o documento. Uma adoção institucional mais ampla poderia atenuar parte da volatilidade do Bitcoin, segundo o documento do BlackRock Investment Institute. Embora isso pudesse permitir que os investidores aumentassem sua alocação, também poderia atenuar os retornos impressionantes do Bitcoin.
Alocação em Bitcoin
Uma alocação em Bitcoin teria a vantagem de fornecer uma fonte diversificada de risco, enquanto um excesso nas ações Magnificent Seven aumentaria o risco existente e a concentração do portfólio. “Olhando para o futuro, se o Bitcoin realmente alcançar uma ampla adoção, ele poderia potencialmente se tornar menos arriscado — mas nesse ponto, pode não ter mais um catalisador estrutural para aumentos significativos de preço”, escreveram os autores do documento.
Dados de mercado
Os ativos nos doze fundos ultrapassaram US$ 113 bilhões desde sua estreia, com investidores injetando quase US$ 10 bilhões desde a vitória presidencial de Trump em novembro, mostram dados compilados pela Bloomberg. O Bitcoin bateu os US$ 106 mil nesta segunda-feira (16).
Júlio Rossato