FIIs de recebíveis acumulam queda de 7% em 2024, mas especialistas veem oportunidades
Os FIIs de recebíveis, que investem em títulos de renda fixa, seguem em baixa em 2024. De acordo com o Índice Teva de Fundos Imobiliários de Papel, a queda acumulada é de aproximadamente 7%. Apesar do cenário desafiador, especialistas afirmam que a classe de ativos apresenta oportunidades para investidores.
Desempenho negativo
Em geral, o mercado de FIIs avança para o quarto mês consecutivo de baixa, com perdas acumuladas no ano de mais de 10%. A elevação da taxa de juros é a principal causa do desempenho negativo. Com foco principalmente em certificado de recebíveis imobiliários (CRI), os fundos de recebíveis tendem a apresentar uma resiliência maior diante de momentos mais voláteis. Isso porque os títulos presentes no portfólio estão indexados à taxa do CDI ou a índices de inflação – o que garante uma proteção contra oscilações acentuadas dos indicadores.
Círculo vicioso
Apesar da blindagem, a classe de ativos foi contaminada pelo nervosismo do mercado de renda variável, em uma espécie de círculo vicioso. Segundo Flávio Cagno, da Kinea Investimentos, o governo tenta uma resposta que não surte efeito, o que afeta o preço de mercado de ativos como os fundos imobiliários e acaba gerando um mal-estar entre os investidores. Isso leva a um espiral, em um círculo vicioso, com as pessoas vendendo suas posições e os preços sendo puxados mais para baixo.
Boas oportunidades
Mesmo com a volatilidade observada nas cotações dos fundos imobiliários, os gestores afirmam que a operação das carteiras segue normal, especialmente a dos fundos de maior qualidade, liquidez e boa gestão. Esses fundos podem apresentar boas oportunidades, já que a maioria está negociando abaixo do valor patrimonial, o que representa uma oportunidade de ganho de capital no futuro. Além disso, os FIIs de papel estão realizando alocações interessantes, aproveitando as elevadas taxas de juros embutidas nos títulos atualmente – garantindo um retorno relevante para o investidor no futuro.
Júlio Rossato