Fundos multimercados devem se recuperar em 2025
O ano de 2024 foi difícil para os fundos multimercados, que enfrentaram performances abaixo da referência e resgates bilionários. No entanto, nos últimos meses, a classe mostrou recuperação no retorno e a expectativa dos gestores para 2025 é positiva.
A alocação diversificada e flexível, com possibilidade de exposição ao exterior e investimentos alternativos como Bitcoin e moedas, são explicações para a melhora da classe. O argumento também é usado para fundamentar o diferencial dos ativos no próximo ano, quando o cenário externo se mostra com mais oportunidades do que o mercado doméstico.
Desempenho
Desde julho, o desempenho dos multimercados acompanhados pelo índice IHFA registrou um retorno positivo de 6,36%, superando os demais principais índices de referência – o CDI ficou com 5,03%, o Ibovespa com 3,70% e os títulos de inflação (até 5 anos) com 3,45%. No ano, o desempenho da classe ainda é negativo: 57% do CDI até novembro, somando 5,72% de retorno, conforme o IFHA, versus 9,95% do CDI.
Expectativas
Os gestores acreditam que a classe deve se recuperar em 2025, principalmente no exterior, onde há mais oportunidades. Segundo eles, a alocação diversificada e flexível dos multimercados permite que a classe navegue bem em diferentes cenários. Além disso, os gestores veem um ajuste nas alocações após o aumento da Selic, o que pode trazer capital de volta para os multimercados.
Posições dos gestores
Os gestores têm diferentes teses para 2025. A Armor Capital está alocada principalmente em bancos e setores domésticos nos Estados Unidos, que acreditam ter as melhores condições para crescimento. Na Opportunity, a tese está focada no S&P 500, com um balanceamento equal weight favorecendo a tese de economia aquecida. Já a Kinea aposta em pequenas empresas e indústria, além de bancos regionais.
Apesar de não serem específicas para o Brasil, os multimercados também têm posições aplicadas em juros do Canadá e da República Tcheca, e posições vendidas em yuan, da China, e euro, na Europa.
Júlio Rossato