Setor de Agroecologia da FEI da UEM completa 20 anos
A Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) celebra neste mês de dezembro duas décadas de pioneirismo e inovação na produção orgânica e agroecológica. O Setor de Agroecologia e Produção Orgânica da FEI é um espaço de seis hectares, ocupando 3,5% da área da fazenda, e é utilizado principalmente por pesquisadores do Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável (Nads/UEM), do Centro Vocacional Tecnológico em Agroecologia e Produção Orgânica (CVT), do Departamento de Agronomia (DAG/UEM) e do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia, Mestrado Profissional (Profagroec/UEM).
O Setor de Agroecologia e Produção Orgânica da FEI foi a primeira produção agrícola de uma Instituição de Ensino Superior (IES) a receber a certificação orgânica no Brasil. Hoje, apenas outras duas IES em todo o País mantêm produções orgânicas certificadas – o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSuldeminas) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Além disso, o espaço é utilizado para iniciativas de ensino, pesquisa e extensão em diferentes áreas, incluindo o projeto Biofábrica UEM, que converte resíduos orgânicos e restos de comida em composto orgânico, e o projeto Nascentes da FEI, que prioriza a recuperação anual de nascentes degradadas de rios da fazenda.
Pesquisas e produtos
Os cultivos na FEI são livres de agrotóxicos, materiais vegetais transgênicos e adubos com alta solubilidade em água. Os produtos oriundos das pesquisas são vendidos no mercadinho da UEM, mantido pelo Programa Alimentos Solidários e Agricultura Sustentável (Pasas), com uvas, suco de uvas, maracujá, mandioca, alface e ovos entre os itens orgânicos comercializados. Além disso, há ações nas áreas de gastronomia, saneamento rural e implantação de sistemas agroflorestais.
História de sucesso
Até 1998, a FEI não tinha produção orgânica. A mudança se deu por iniciativa do professor José Ozinaldo Alves de Sena, então coordenador da fazenda, que passou a estruturar um setor específico para a agroecologia. Havia, no entanto, a necessidade de garantir que as pesquisas fossem desenvolvidas em área orgânica certificada. As tratativas para a certificação foram feitas pelo Nads/UEM, em parceria com o Grupo de Agricultura Alternativa de Maringá (Gaama) e a Associação de Produtores Orgânicos de Maringá (Pomar). Após muito diálogo, a certificadora do Instituto Biodinâmico (IBD) atestou a produção como orgânica, o que permitiu a criação do Setor de Agroecologia e Produção Orgânica da FEI. Ao longo dos 20 anos, o espaço recebeu atividades de ensino, pesquisa e extensão nas áreas de Agronomia, Zootecnia, Química e Biologia, entre outras.
Expectativas futuras
A expectativa para os próximos anos é pela extensão dos projetos desenvolvidos para pequenos agricultores da região, incluindo a produção orgânica, a recuperação de nascentes, a implantação de sistemas agroflorestais e a substituição de fossas convencionais por fossas sépticas. O Setor de Agroecologia e Produção Orgânica da FEI está disponível para centros de ensino e departamentos da universidade que queiram realizar pesquisas na área.
Fonte: Agência Estadual de Notícias
Júlio Rossato