Operação da PF prende delegado e policiais civis suspeitos de colaborar com PCC em São Paulo

Operação da PF prende delegado e policiais civis suspeitos de colaborar com PCC em São Paulo

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (17), uma operação que resultou na prisão de um delegado e três policiais da Polícia Civil de São Paulo suspeitos de colaborar com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação, que contou com apoio da Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público de SP (MP-SP), também prendeu outras duas pessoas e busca localizar mais dois investigados, incluindo um policial civil.

De acordo com as investigações, os policiais são suspeitos de vazar informações sigilosas, manipular inquéritos, vender proteção a criminosos e facilitar esquemas de lavagem de dinheiro da facção. A operação faz parte de um cruzamento de investigações sobre o PCC, incluindo o assassinato do delator Vinícius Gritzbach, ocorrido em novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

O delegado preso é Fábio Baena, que havia sido acusado por Gritzbach, em sua delação premiada, de envolvimento em extorsão. À época, Baena conduzia uma investigação em que o delator era suspeito de ordenar a morte de dois integrantes do PCC. Até o momento, a defesa de Baena não se pronunciou.

A operação, batizada de Tacitus — termo do latim que significa “silencioso” ou “não dito” —, envolveu 130 policiais federais, promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Civil. Foram cumpridos 8 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão na capital paulista e nos municípios de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.

Os investigados poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais. Caso condenados, as penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão.

Segundo as investigações, o grupo atuava para o PCC garantindo proteção a seus membros, manipulando inquéritos policiais e facilitando a lavagem de dinheiro. Parte dos recursos ilícitos era destinada à compra de imóveis por meio de empresas de fachada ou intermediários. Há também suspeitas de desvio de bens que deveriam ser apreendidos em operações policiais.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanha a operação e que mais detalhes sobre o caso não foram divulgados.

(Com Folha de S.Paulo e G1)