Projeto de lei de gastos republicano fracassa
Um projeto de lei de gastos republicano apoiado pelo presidente eleito Donald Trump fracassou na Câmara dos Deputados dos EUA nesta quinta-feira, deixando o Congresso sem um plano claro para evitar uma paralisação do governo que se aproxima rapidamente e que pode atrapalhar as viagens de Natal.
Por uma votação de 174 a 235, a Câmara rejeitou o pacote de gastos, que foi montado às pressas pelos líderes republicanos depois que Trump e o bilionário Elon Musk afundaram um acordo bipartidário anterior. Apesar do apoio de Trump, 38 republicanos votaram contra o pacote, juntamente com todos os democratas, com exceção de três.
Impactos da paralisação do governo
Se os parlamentares não conseguirem prorrogar o prazo de financiamento do governo, o governo dos EUA iniciará uma paralisação parcial que interromperá o financiamento de tudo, desde a fiscalização da fronteira até os parques nacionais, e cortará o pagamento de mais de 2 milhões de funcionários federais. A Administração de Segurança dos Transportes dos EUA alertou que os viajantes durante a movimentada temporada de festas poderiam enfrentar longas filas nos aeroportos.
Detalhes do projeto de lei
O projeto de lei se assemelhava em grande parte à versão anterior que Musk e Trump haviam criticado. Ela teria prorrogado o financiamento do governo até março, quando Trump estará na Casa Branca e os republicanos controlarão as duas Casas do Congresso, e forneceria 100 bilhões de dólares em ajuda a desastres e suspenderia a dívida.
Os republicanos abandonaram outros elementos que haviam sido incluídos no pacote original, como um aumento de salário para os parlamentares e novas regras para os gestores de benefícios farmacêuticos.
A nova versão também teria suspendido os limites da dívida nacional por dois anos, uma manobra que facilitaria a aprovação dos cortes drásticos de impostos que Trump prometeu e prepararia o terreno para que a dívida de 36 trilhões de dólares do governo federal continuasse a subir.
Aviso de culpa
Antes da votação, democratas e republicanos alertaram que o outro partido seria o culpado se o Congresso permitir a paralisação do governo.