MST critica ministro do Desenvolvimento Agrário em coletiva
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aliado histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) e do presidente Lula da Silva, convocou uma entrevista coletiva para criticar o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT). Na coletiva, dois dos principais dirigentes do movimento, João Paulo Rodrigues e Ceres Hadich, farão um balanço negativo das ações do governo Lula voltadas à reforma agrária.
Cúpula do MST vs. Ministro do Desenvolvimento Agrário
O MST e o ministro do Desenvolvimento Agrário têm se desentendido nos últimos tempos. Na quinta-feira (19), Paulo Teixeira concedeu uma entrevista coletiva enumerando algumas realizações do governo na área e anunciando um pacote de medidas para o fim deste ano. Para o MST, no entanto, nada disso é suficiente.
Em entrevista ao podcast Três por Quatro, do jornal Brasil de Fato, no último dia 13, João Pedro Stédile, um dos líderes nacionais do MST, bateu fortemente em Teixeira. “Ele [Paulo Teixeira] tem se mostrado incompetente até para disputar recursos do orçamento. Nós queremos uma reunião de trabalho com o Lula ainda neste ano, para pegarmos os pontos que já discutimos em agosto”, afirmou Stédile.
Programa Desenrola Rural
O ministro do Desenvolvimento Agrário anunciou que o programa Desenrola Rural será lançado oficialmente em março de 2025. O programa é direcionado à regularização de dívidas de agricultores familiares inscritas na Dívida Ativa da União (DAU). O foco são os beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e agricultores com renda bruta anual de até R$ 50 mil. Segundo o ministério, os produtores elegíveis devem fazer um pagamento inicial de 5% do valor devido e podem parcelar essa entrada em até cinco vezes. O saldo remanescente poderá ser quitado com descontos que chegariam a até 70% da dívida consolidada.
Desapropriação de terras
Teixeira também anunciou a desapropriação de cinco áreas para a reforma agrária – as primeiras desapropriações em 8 anos. De acordo com a pasta, cerca de 800 famílias devem ser assentadas. Até o fim do mandato de Lula, em dezembro de 2026, a expectativa do governo é a de assentar 60 mil famílias das 100 mil famílias que estão acampadas atualmente no país.