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Senado aprova PEC do pacote fiscal em dois turnos com modificações

Senado aprova PEC do pacote fiscal que traz alterações no abono salarial e no Fundeb. Texto segue agora para promulgação.

Senado aprova PEC do pacote fiscal em dois turnos com modificações

O Senado aprovou no final da noite desta quinta-feira (19), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal. A PEC traz alterações no abono salarial e no Fundeb. O texto também disciplina os chamados “supersalários”, prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e autoriza ajuste orçamentário em subsídios e subvenções. O texto segue agora para promulgação.

Modificações na PEC

Durante a discussão no plenário, os senadores fizeram apenas uma modificação e decidiram suprimir um trecho da PEC aprovada pela Câmara que determinava que Estados e municípios poderiam destinar recursos do Fundeb para financiamento de programas de alimentação escolar para a educação básica. O acordo é para que haja a promulgação dos trechos em comum ao texto aprovado pelos deputados.

Alterações no Fundeb

O texto estabelece que em 2025, até 10% – e não 20% como proposto pelo governo – de complementação da União ao Fundeb poderá ser empregado em manutenção de matrículas em escolas públicas de tempo integral. Já a partir de 2026, de acordo com o texto, no mínimo 4% da complementação dos Estados e municípios ao Fundeb deverá ir para esse mesmo tipo de despesa.

A expectativa é de que, a partir de 2026, o governo federal deixará de gastar com manutenção das matrículas em educação básica em tempo integral, que é uma despesa discricionária (não obrigatória). Esta responsabilidade passará a ser dos Estados e municípios, com recursos da transferência que a União já faz obrigatoriamente ao Fundeb.

Supersalários

O projeto prevê que o tema envolvendo os chamados “supersalários”, ou seja, as exceções ao teto remuneratório do funcionalismo público, será disciplinado em lei ordinária, aprovada pelo Congresso Nacional, e não em lei complementar, como proposto pelo governo. Foi retirado o trecho que citava que “somente” as parcelas previstas em lei poderiam ser excetuadas dos limites remuneratórios.

Alterações no abono salarial

A PEC traz alterações nas regras de concessão do abono salarial, benefício no valor de um salário mínimo hoje pago a trabalhadores que recebem no máximo dois mínimos mensais. O texto define que serão elegíveis à política quem ganha até duas vezes o salário mínimo do ano base (2023) para pagamento em 2025 corrigida, a partir de 2026, pela variação anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Limitação do abono salarial

A ideia é que a porta de entrada para o abono seja limitada, ao fim do período de transição, a quem ganha até um salário mínimo e meio, o que ocorreria em 2035, segundo a projeção da Fazenda.

Redução de despesas

A PEC prevê que o Poder Executivo poderá reduzir ou limitar, na elaboração e na execução das leis orçamentárias, as despesas com a concessão de subsídios, subvenções e benefícios de natureza financeira, inclusive os relativos a indenizações e restituições por perdas econômicas, “observado o ato jurídico perfeito”.

Disposição sobre incentivos tributários

Em outro trecho, a PEC define que uma lei complementar vai dispor sobre condições e limites para concessão, ampliação ou prorrogação de incentivo ou benefício de natureza tributária.

Projeto de lei ordinária (PL)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou a suspensão da sessão do plenário por volta das 23h55 desta quinta-feira e transferiu a votação do projeto de lei ordinária (PL) do pacote, última pendência do plano fiscal. A votação do PL ficou para esta sexta-feira, 20, às 10h.

A decisão ocorreu após um pedido do senador Eduardo Braga (MDB-AM), por conta do horário avançado. Os senadores haviam acabado de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que também compõe o conjunto de medidas de cortes de gastos.


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