Mercados chineses podem enfrentar volatilidade
Os mercados acionários da China saltaram com as promessas das autoridades de estabilizar a economia em dificuldades do país, apenas para retornar os ganhos quando não houve uma medida forte o suficiente em seguida para reanimar a economia.
O fundo negociado em bolsa iShares MSCI China subiu 17% este ano, mas as ações chinesas ainda estão mais de 40% abaixo do pico atingido em março de 2021. E os índices podem enfrentar outro ano difícil e mais volátil, diante de possível escalada na guerra comercial com os EUA.
Pacote fiscal e estímulos em 2025
A China introduziu um pacote fiscal de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão) em novembro para lidar com a dívida do governo local e o mercado imobiliário. Mas os investidores estavam esperando por mais – em detalhes e suporte.
Essa espera pode chegar ao fim em 2025, com analistas prevendo que as autoridades oferecerão detalhes sobre pacotes fiscais e estímulos em março, durante o Congresso Nacional do Povo, a tempo de proteger Pequim das novas tarifas de Trump.
Ameaça tarifária pode beneficiar ações chinesas
Por enquanto, a maioria dos estrategistas geopolíticos espera que o novo governo Trump aumente as tarifas nos primeiros 100 dias no cargo, embora o cenário base da maioria seja de uma implementação em etapas, ao invés de aumentar as tarifas para 60% sobre todas as importações chinesas, como o presidente eleito dos EUA ameaçou.
As autoridades chinesas também estão preparadas para responder de forma mais contundente à primeira onda de tarifas e até mesmo às restrições tecnológicas impostas pelo governo Biden.
Entre as ações chinesas que podem se beneficiar estão o Trip.com Group, que está posicionado para ganhar com a disposição das famílias chinesas de gastar em viagens no país e no exterior, a Tencent Holdings, que pode ver uma retomada na publicidade se a economia ganhar força e a Beike Holdings, o principal portal de transações imobiliárias na China.
Reformas para resolver problemas estruturais
Por outro lado, muitos investidores globais ainda duvidam que os ganhos serão sustentáveis no longo prazo, a menos que Pequim faça reformas para resolver seus problemas estruturais.