Notícias

Desafios do mercado financeiro em 2024

Análise dos fatores que impactaram o Ibovespa em 2024, incluindo alta da Selic, inflação, saída de capital estrangeiro e aumento do risco Brasil.

Desafios do mercado financeiro em 2024

O ano de 2024 foi desafiador para o mercado financeiro brasileiro, com o Ibovespa enfrentando forte volatilidade e registrando quedas significativas. Eventos domésticos e internacionais combinaram-se para impactar o principal índice da Bolsa brasileira, reduzindo o apetite dos investidores.

Pacote fiscal insuficiente

O pacote fiscal, apresentado em novembro com o objetivo de economizar R$ 71,9 bilhões em dois anos, não atendeu às expectativas do mercado. As medidas foram consideradas insuficientes para conter o avanço da dívida pública.

Alta da Selic e inflação

A elevação da taxa básica de juros penalizou setores sensíveis ao crédito, como varejo e construção civil, além de reduzir a atratividade da renda variável. O IPCA fechou 2024 em 4,71%, ultrapassando o teto da meta definida pelo Banco Central.

Saída de capital estrangeiro e aumento do risco Brasil

Com o aumento dos juros nos Estados Unidos e a maior atratividade de ativos mais seguros, essa fuga de recursos prejudicou a liquidez do mercado e contribuiu para o desempenho negativo do Ibovespa. O Credit Default Swap (CDS) de 5 anos chegou a bater 218 pontos-base em dezembro, refletindo a crescente desconfiança dos investidores quanto à capacidade do Brasil de honrar suas obrigações financeiras.

Perspectivas para o Ibovespa

No gráfico semanal, o Ibovespa iniciou um movimento corretivo após renovar seu topo histórico em agosto de 2024. Ademais, os preços passaram a ser negociados abaixo das médias móveis aritméticas (MMA) de 21 e 50 períodos. No entanto, é preciso ter atenção na região dos 118.685 pontos. Caso perca esse patamar, o índice poderá acionar uma figura gráfica de um topo duplo, com projeções de baixa para 102.600 pontos. No gráfico mensal, o índice ainda respeita duas linhas de tendência de alta (LTA), reforçando uma estrutura de alta no longo prazo. As médias móveis aritméticas de 21, 50 e 200 períodos permanecem inclinadas para cima, o que sinaliza uma tendência primária de alta. Para o longo prazo, a tendência permanece otimista.


Publicado em:
Atualizado em: